Concepções de ditadura em livros didáticos de história: uma análise pela ótica da historiografia didática (1970-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Fábio Alexandre da
Orientador(a): MANKE, Lisiane Sias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15719
Resumo: Esta tese tem como proposta central o estudo das concepções de ditadura expressas em livros didáticos de História produzidos entre 1970 e 2020, buscando compreender o modo como o período tem sido representado nesses materiais desde o cerne da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) até o tempo presente. Ao tomar como fonte histórica o manual didático, um instrumento de relevância no cotidiano escolar brasileiro e vetor de formação do pensamento histórico de docentes e discentes, tornou-se necessário averiguar a maneira com que o conhecimento histórico produzido academicamente reverbera em tal suporte, desvelando, assim, as nuances teórico-metodológicas decorrentes do processo escriturário e os fatores que incidem sobre a seleção de conteúdos, tais como as políticas educacionais em voga no contexto de escrita e a atuação do mercado editorial. Nesse intuito, lançou-se mão de dez publicações didáticas, a partir das quais foram apuradas as similitudes, diferenças, mudanças e permanências no trato dos conceitos referentes à temática investigada. Para tanto, a pesquisa tomou como apoio, sobretudo, os pressupostos teóricos de Michel de Certeau, Roger Chartier e Jörn Rüsen, além do método de análise documental, sob o qual foram examinadas diacronicamente as formas de caracterização do período, o teor narrativo, os conceitos trabalhados, as presenças e ausências, bem como as inclinações historiográficas dos autores. Elementos que, ao serem equacionados, forneceram evidências fundamentais sobre a historicidade das representações didáticas do regime ditatorial brasileiro e atestaram que as concepções teóricas e metódicas adotadas nas coleções em estudo estão frontalmente imbricadas às determinações históricas proeminentes em cada contexto de produção. Em termos comparativos, os resultados demonstraram que houve um crescimento significativo na abordagem ao tema, tanto do ponto de vista quantitativo quanto sob a ótica qualitativa, haja vista que os exemplares mais recentes trazem narrativas amplificadas e potencialmente reflexivas ao tratar do período, preenchendo espaços lacunares observados nos compêndios antecessores