O ensino de ofícios na cidade do Rio Grande (1889-1930): uma análise sobre a infância desvalida.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Valle, Hardalla Santos do
Orientador(a): Amaral, Giana Lange do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7670
Resumo: Esta tese de doutoramento dedica-se à análise do ensino de ofícios destinado à infância desvalida, na cidade do Rio Grande, durante a Primeira República. Nesse recorte temporal, a educação era vista como essencial à consolidação do sistema de governo. Assim, acredita-se que a instrução da infância desvalida rio-grandina, por meio de instituições asilares, de perfil preventivo, voltadas ao ensino de ofícios, foi uma medida de combate à marginalização e ao descompasso de uma camada menos favorecida, que aumentava em decorrência de um processo crescente de urbanização. Para a realização desta pesquisa, buscou-se um referencial teórico-metodológico embasado na História Cultural e nas categorias positivismo, instituições escolares, cultura escolar, ensino de ofícios, infância desvalida e educação católica. As fontes analisadas, foram jornais e documentos oficiais. O estudo evidencia que, o Partido Republicano Rio-Grandense fortaleceu-se no estado e teve muitos adeptos na cidade do Rio Grande. Funcionários públicos, advogados, médicos, políticos, comerciantes e outros sujeitos da elite, foram apontados como membros do Club Cooperador Positivista Sul-Rio-Grandense. Mas, para além, esses constituíam os poderes locais, ou seja, aqueles que, juntos, conseguiam atuar diretamente nas relações socioculturais, econômicas e políticas na comunidade rio-grandina. O foco desses, era a ordem, a higienização, e o progresso da cidade. Paralelamente, a Igreja, em reação à sua separação do Estado, aumentava o número de dioceses, de paróquias, de seminários e de escolas. Ao mesmo tempo em que recebia diversas congregações vindas da Europa, para trabalhar nas missões educacionais, de saúde e de assistência social. Sua meta era a disseminação da fé católica e a reconquista do seu lugar de poder e de influência dentro da política, da cultura, da economia e etc. Constatou-se assim, que tanto os poderes locais, como a Igreja Católica necessitavam, imputados pelo contexto republicano, encontrar meios para validar os seus projetos socioculturais. Tal aspecto resultou, a partir de acordos de conveniências, na fundação de instituições de ofícios de cunho asilar, na cidade do Rio Grande, para a prevenção e inculcação de valores, disciplinadores e civilizatórios, que objetivavam uma dada organização social.