Entre Gaudí e Gehry: reflexões sobre a estruturação de diretrizes didáticas nas áreas de representação e projeto de arquitetura.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Juçara Nunes da
Orientador(a): Silva, Adriane Borda Almeida da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5245
Resumo: A produção arquitetônica contemporânea, especialmente aquela que tem se valido de processos digitais, tem provocado reflexões sobre as novas maneiras de produzir e ensinar arquitetura. As aparentes facilidades disponibilizadas por meios digitais de representação podem, por exemplo, induzir à adoção de soluções formais utilizando-se de geometrias complexas. Edificações como a Sagrada Família, de Gaudí, ou como o Museu Guggenheim de Bilbao, de Ghery, configuram-se como casos emblemáticos de emprego deste tipo de geometria, ambos, em seus momentos, inovando as maneiras de projetar e produzir arquitetura. Tais obras são estudadas em contextos formativos de arquitetura, especialmente em disciplinas de geometria e representação, por delimitarem problemas importantes com estes enfoques. Entretanto, junto aos processos educativos iniciais para a prática projetual há muito tem-se presenciado, por parte de professores de projeto, a detecção de conflito e até mesmo a imposição de limites para o exercício com soluções formais que abarquem tais tipos de arquiteturas. Neste contexto, este estudo buscou contribuir com a elaboração de diretrizes para a conformação de estratégias didáticas que possam contemplar de maneira integrada os discursos docentes advindos das diferentes áreas implicadas para maior compreensão sobre a questão da inserção dos meios digitais de representação e do manejo com geometrias complexas. Para elaborar estas idéias, utilizou para o cruzamento dos fatores uma ferramenta, da área da administração, chamada de análise SWOT. Esta análise distingue pontos de força e de fraquezas do(s) elemento(s) observado(s) e o(s) compara com os fatores de oportunidade e de ameaça que o ambiente oferece. Na pesquisa de campo foram identificados os seguintes elementos: o tipo de abordagem docente dada ao uso e exploração das geometrias complexas no ambiente acadêmico, especialmente junto aos estágios iniciais de formação, que é quando há o investimento no domínio da geometria para a prática projetual, suas tendências e resultados alcançados; a colaboração do ensino da geometria na estruturação do ensino/aprendizagem nos anos iniciais da formação acadêmica; o tipo de discurso didático na reestruturação da formação em geometria frente às novas tecnologias; a presença, junto aos discursos didáticos, de diretrizes para uma reflexão na área do ensino da geometria e de representação gráfica conectadas com as demais áreas do ensino e as tendências contemporâneas do ensino e do próprio ofício da Arquitetura. Ao identificar estes elementos, por meio de revisão da literatura, eles passam a compor o ambiente do ensino de geometria e representação gráfica, onde são tratados como oportunidades ou ameaças na matriz da análise SWOT, que é proposta. Em paralelo, os elementos colhidos da análise dos processos geométricos nas obras do Templo da Sagrada Família, em Barcelona, e o Museu Guggenheim de Bilbao, são identificados como forças e fraquezas, compondo os elementos internos da matriz na mesma análise. Os cruzamentos entre os componentes, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, da matriz SWOT, apontam para a elaboração de diretrizes que podem embasar as discussões nesta área. A discussão aponta para a valorização da área da geometria como repertório e suporte no desenvolvimento das novas tecnologias digitais no campo da arquitetura.