As redes “socioíntero-comunicacionais” no ensino remoto emergencial: uma netnografia sobre as redes sociais na educação durante a pandemia de Covid-19 em 2020 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bredow, Valdirene Hessler
Orientador(a): Zamperetti, Maristani Polidori
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10300
Resumo: A presente pesquisa objetivou investigar quais as formas, motivações e impactos desencadeados pelo uso das redes sociais e aplicativos digitais no Ensino Remoto Emergencial brasileiro. Dentre as discussões teóricas está o fato de como as redes sociais influenciaram na política pelo uso dos algoritmos, manipulando informações pela deflagração de Fake News (MOZOROV, 2018), além das influências comerciais e capitalistas crescentes (GALLOWAY, 2017; SILVA, 2021). No fluxo de uso e inserção das tecnologias digitais ao longo do desenvolvimento social (CASTELLS, 1999; 2003; LÉVY, 1999), observa-se que o corpo orgânico foi se transformando em um conjunto de informações que são representados por números, chips, senhas e até avatares (SANTAELLA; 2003; RÜDIGER, 2008; LEMOS, 2013), desencadeando a possibilidade de aprendizagem a partir de um dispositivo não humano viabilizando novas maneiras de aprendizagem, denominado conectivismo (SIEMENS, 2004; MATTAR, 2013). Decorrente da pandemia de Covid-19 foi adotada a modalidade do chamado Ensino Remoto Emergencial (ERE) (HODGES et al., 2020). Neste processo, para dar continuidade ao processo educativo, foram utilizadas plataformas digitais e redes sociais para interação, comunicação e aprendizagem escolar (MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020; GOMES; DANTAS; BARBOSA, 2021). Porém, apesar dos apelos e controles que as redes sociais têm (RECUERO, 2010; GALLOWAY, 2017; ALBUQUERQUE, 2019), elas se inseriram na educação, cada vez mais utilizadas pelos jovens. A investigação do tipo netnográfico (KOZINETS, 2014), buscou por meio de um questionário on-line com a participação de 50 professores de 11 estados brasileiros e entrevistas com 17 docentes do RS, SC, SP e CE, apurar como foi o processo de trabalho docente durante o ERE. Nas análises, foi possível observar que, os docentes brasileiros necessitaram se adaptar rapidamente à educação remota, independentemente de terem condições, equipamentos ou conhecimento para exercer tal trabalho, um momento de inúmeros desafios e problemas enfrentados. Na visão dos docentes, apesar do processo avaliativo ter sido repensado e readequado ao momento, houve um letramento digital, tanto para alunos quanto para professores. No tocante ao uso das redes sociais, estas se configuraram como importante aporte para o contato, comunicação e interação da comunidade escolar. Porém, esses ambientes não se configuraram como espaços para efetivação da aprendizagem e construção do conhecimento, pelo fato da realidade brasileira apresentar uma exclusão tecnológica muito grande, envolvendo desigualdade econômica e social das famílias brasileiras, falta de acesso à dispositivos de conexão à internet, inexistência ou insuficiência de conexão em certas localidades geográficas, problemas estruturais físicos das escolas e falta de formação para professores, que se inicia desde a formação inicial.