Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Argiles, Carmen Terezinha Leal |
Orientador(a): |
Kantorski, Luciane Prado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Faculdade de Enfermagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3823
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo analisar os modos de subjetivação dos trabalhadores em saúde mental e as micropolíticas produzidas no serviço de CAPS a partir do processo de desinstitucionalização da atenção psiquiátrica brasileira. Este processo propõe mudanças paradigmáticas significativas em relação à concepção de loucura e das práticas desenvolvidas na atenção psiquiátrica, o que pressupõe sua relevância para o campo da saúde mental e para a formação nesta área. Utilizamos o referencial de Michel Foucault, para pensar os modos como os trabalhadores se subjetivam através dos discursos e práticas, que circulam em nosso tempo, e os efeitos destes na constituição dos sujeitos. Trabalhamos com suas concepções e proposições de análise, para mapear os modos de subjetivação dos trabalhadores de CAPS, espaço que se constitui a partir do discurso desinstitucionalizante. A perspectiva de proposição de um trabalho com pressupostos de criação, de singularização, de multiplicidade, desafia os trabalhadores e a micropolítica no campo da saúde mental. Este exige além da formação técnica, a implicação política e subjetiva para que estas relações se constituam neste campo. Gilles Deleuze e Felix Guattari nos apresentam conceitos, tais como: agenciamentos, rizoma, territórios existenciais, entre outros, para pensar os movimentos e acontecimentos neste processo. A desinstitucionalização da loucura configura-se uma proposta arrojada, no mundo contemporâneo, onde a vida é cada vez mais concebida como um produto, com valor flutuante. Franco Basaglia, neste cenário colocou em prática essa ousadia, deixando aos profissionais de saúde mental, o legado de fazê-la possível estabelecendo parâmetros éticos na área de atenção psiquiátrica. O estudo realizou-se no CAPS de Alegrete-RS e os sujeitos do estudo compreendem a totalidade dos trabalhadores deste serviço. Como instrumento de informações utilizou-se entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Como parte desta análise foram acessados os bancos da pesquisa CAPSUL. Ainda foram usados dados de observação e de depoimentos dos trabalhadores dos serviços de saúde mental de Trieste-Itália onde realizou-se estágio do doutorado sanduíche. A análise realizada subsidia a tese de que o discurso da desinstitucionalização da loucura constituí-se como um novo regime de verdade no campo da saúde mental, este materializa-se nos serviços de CAPS, respondem a um conjunto de enunciados que problematizam a loucura, e os modos de relação desta com a sociedade. A produção deste discurso afeta os modos de subjetivação dos trabalhadores, produzindo processo de singularização, de agenciamentos e transformações nos modos de existência, implicando-se no cuidado do outro. A micropolítica do trabalho a partir do discurso da desinstitucionalização pressupõe a problematização das relações saber-poder que permeiam o campo psicossocial, e as relações da sociedade com a loucura, elaborando assim outros enunciados, que colocam este discurso como uma política de verdade no campo da saúde mental. |