Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Violeta Porto |
Orientador(a): |
Klein, Madalena |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10706
|
Resumo: |
Esta pesquisa de doutorado, produzida na Linha de pesquisa epistemologias descoloniais, educação transgressora e práticas de transformação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade federal de Pelotas sustenta a tese na qual a escola de surdos cumpre o papel de lançar os estudantes no mundo, mas se fragiliza enquanto escola quando é marcada prioritariamente pelas marcas identitárias da comunidade surda e limita sua responsabilidade de apresentar o mundo aos alunos ao que é restrito à esta comunidade. A língua brasileira de sinais e a língua portuguesa escrita são centrais na organização do escolar da escola, marcadas por uma relação muito mais da ordem da identidade e da mesmidade do que da diferença, da pluralidade. Para desenvolver este empreendimento de pesquisa adotouse uma atitude de problematização, filiada aos movimentos de métodos observados nos estudos de Michel Foucault, na qual não se está à busca do conhecimento, mas cria, produz problemas para o pensamento. Diante dessa atitude de problematização, buscou-se a partir da problemática: o que possibilita que a escola de surdos se constitua enquanto uma escola?, perceber o que constitui a escola de surdos no presente. Fez-se uso do conceito de escola que emerge em Comênio e é apropriado/desenvolvido por Jan Masschelein e Maarten Simons. Este conceito está sustentado pelos estudos de Hannah Arendt sobre a responsabilidade do professor como aquele que presenta o mundo aos recém-chegados. Para a análise, fez-se uso da matriz proposta pelo pesquisador colombiano Oscar Saldarriaga para produzir cruzamentos entre as respostas de entrevistas com estudantes e professores e os Projetos Político Pedagógicos e Regimentos das 13 escolas de surdos do Estado do Rio Grande do Sul. Foi possível perceber o quanto a bandeira de defesa pela escola de surdos está presa às particularidades que a constitui, fragilizando a pluralidade da escola. Enquanto os professores preocupam-se com as lutas do mundo lá fora, os estudantes anseiam pela igualdade proporcionada pela matéria e pelo estudo. Esta tese buscou aproximar, trazer, jogar a escola de surdos para junto das discussões que se tem na contemporaneidade sobre escola. Não com a intenção de compará-la às demais escolas, mas entendê-la, narrá-la, problematizá-la assim como se faz com as outras escolas. O que se defende é aquilo que só a escola faz e que nem a comunidade e nenhum outro espaço é capaz de fazer: a apresentação do mundo aos surdos. |