Percepção de Odontopediatras brasileiros em relação às mudanças nas suas rotinas de atendimentos e ao comportamento do paciente infantil e seu gerenciamento durante a pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lisboa, Maria Eduarda Silveira Rodrigues
Orientador(a): Azevedo, Marina Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10687
Resumo: O objetivo desse estudo foi analisar a percepção de Odontopediatras brasileiros em relação às mudanças nas suas rotinas de atendimentos e ao comportamento do paciente infantil e seu gerenciamento durante a pandemia de COVID-19. Este estudo observacional, do tipo transversal, foi desenvolvido através de um questionário autoaplicado por cirurgiões-dentistas brasileiros com pós-graduação em Odontopediatria, atuantes em serviço público e/ou privado. Profissionais que possuíam atividade clínica desenvolvida inteiramente como docente de instituição de ensino foram excluídos. Os dentistas foram recrutados através dos seus e-mails e redes sociais. Foram coletados os seguintes dados: informações demográficas; se foram adotadas medidas para controle e prevenção do COVID-19; se houve aumento dos preços das consultas e custos adicionais durante a pandemia; percepção em relação a busca por atendimentos (urgência e eletivos) nos anos de 2020 e 2021 (artigo 1); se perceberam mudanças em relação ao comportamento das crianças e adolescentes nos atendimentos; e em relação ao uso de técnicas de manejo comportamental durante esse período (artigo 2). A análise dos dados foi feita pelo programa Stata 16.0 com análise descritiva dos dados com apresentação das frequências relativa e absoluta das variáveis de interesse. Uma análise de associação entre a percepção dos odontopediatras em relação a mudança de comportamento das crianças e adolescentes e o uso de técnicas de manejo comportamental através do teste Exato de Fisher (p<0,05) foi realizada (artigo 2). Dentre os principais resultados desse estudo, mais da metade dos Odontopediatras entrevistados interromperam os atendimentos eletivos por certos períodos e reduziram o número de pacientes por turno na pandemia. Em relação ao financeiro, 94,7% dos participantes relataram ter tido custos adicionais no seu local de trabalho devido à pandemia e apenas 51,8% aumentaram os valores das suas consultas. No que se refere a busca por atendimentos na pandemia, no ano de 2020, 72,0% dos entrevistados relataram ter percebido diminuição nas buscas por consultas eletivas e 58,7% aumento nas buscas por atendimentos de urgência (artigo 1). Sobre o manejo comportamental infantil, o contato físico foi a técnica que teve maior redução/suspensão de emprego (77,6%) na rotina de atendimentos durante a pandemia, seguida da técnica de distração com uso de brinquedos e livros (55,9%). Além disso, 45,6% dos entrevistados perceberam piora no comportamento de crianças e adolescentes durante o período pandêmico. Houve relação entre a percepção do comportamento e as técnicas de manejo: estabilização protetora (p<0,001) e reforço positivo (p=0,002), onde foi identificado uma prevalência maior do aumento do emprego das técnicas citadas entre aqueles que notaram piora do comportamento (artigo 2). Desse modo, verificou-se que a pandemia de COVID-19 afetou a rotina de atendimentos dos Odontopediatras brasileiros e a busca por atendimentos. Para muitos com potencial impacto financeiro em virtude dos custos adicionais e períodos sem atendimento, sem aumento dos valores das consultas/atendimentos (artigo 1). Como também, evidenciou que o período pandêmico interferiu na dinâmica de consultas odontológicas odontopediátricas no que diz respeito ao emprego de algumas técnicas de manejo comportamental, bem como na percepção em relação ao comportamento infantil (artigo 2).