Desenvolvimento linguístico das vogais baixas anteriores do inglês como L2: o papel da instrução explícita e treinamento articulatório mediada pelo ultrassom

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Diel, Rômulo Schwanz
Orientador(a): Gonçalves, Giovana Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15513
Resumo: A presente dissertação aborda o papel da instrução explícita e do treinamento articulatório, por meio da ultrassonografia, no processo desenvolvimental das vogais frontais baixas /æ/ e /Ɛ/ do inglês por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua (L2). Para isso, foram realizadas doze coletas de dados de produção acústica de quatro informantes de semestres iniciais do curso de Letras - Português e Inglês da Universidade Federal de Pelotas, contando com estímulos visuais (apresentação de imagens) para que os informantes produzem os sons-alvo em uma frase veículo. As coletas ocorreram em três momentos distintos: i) coletas iniciais, ii) coletas de instrução explícita e iii) coletas finais. Tendo por base a Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos e a existência da variabilidade no processo de desenvolvimento linguístico (Larsen-freeman 1997, 2015, 2017; Hiver e Al-Hoorie 2016, Hiver, Al-Hoorie e Evans 2021, 2022; De Bot; Lowie E Verspoor 2017, 2021 2022), os dados longitudinais foram descritos e analisados por meio de estatísticas descritiva e inferencial de forma a averiguar se o treinamento articulatório pode ser um fator a ocasionar mudança linguística (Cf. Taylor, 2000; Verspoor, De Bot E Lowie, 2011; Schereschewsky, 2021). Os resultados demonstraram que o treinamento articulatório mediado por ultrassom teve um impacto positivo nas produções das vogais, evidenciado por mudanças significativas nos valores formânticos (F1 e F2) e na duração das vogais. Após o treinamento, houve uma estabilização e aproximação das produções das vogais do Português Brasileiro (PB) em relação às vogais do inglês, especialmente a vogal [æ]. Os testes estatísticos descritivos e inferenciais das coletas longitudinais revelaram que as produções vocálicas evoluíram ao longo do tempo, em especial para as informantes S2, S3 e S4 que mostraram progresso na qualidade vocálica de [æ], assemelhando-se, assim, a da vogal realizada pela nativa de IA, ainda que diferenças duracionais tenham permanecido. Contudo, S1 apresentou dificuldades na distinção entre as vogais [ε] e [æ], evidenciando desestabilização do sistema, mas não o suficiente para que avanços no processo desenvolvimental fossem realizados. Esses resultados indicam que a metodologia utilizada foi eficaz para melhorar a produção das vogais, além de a análise longitudinal, via TSDC, ter sido fundamental para compreender a trajetória desenvolvimental das produções das vogais e os impactos das sessões de instrução explícita e do treinamento articulatório com o ultrassom na variabilidade do sistema fonético-fonológico.