Feira virtual Bem da terra e mercados de proximidade: uma análise a partir da perspectiva orientada pelo ator
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais
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Departamento: |
Faculdade de Administração e Turismo
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7102 |
Resumo: | Esta dissertação foi construída a partir de reflexões advindas da dificuldade enfrentada pelos agricultores familiares em realizarem o escoamento da produção. Os mercados para a agricultura familiar apresentam diversas faces e avanços significativos foram observados, nas últimas duas décadas, no que tange às políticas públicas no Brasil. No entanto, o alcance destas políticas, assim como dos mercados, é limitado. Nesse sentido, é possível observar grupos de agricultores familiares que criam os seus próprios mecanismos de comercialização. Este trabalho, tem como objeto um mecanismo de comercialização da Rede Bem da Terra, que iniciou em dezembro de 2014 com uma proposta de comercialização virtual e distribuição através de um Grupo de Consumidores Responsáveis, no município de Pelotas – RS. Os projetos iniciais, em relação ao formato que a feira virtual pretendia assumir não se concretizaram, assim como, os objetivos que tangem às dimensões de consumo, produção e distribuição. O objetivo central deste trabalho se fundou em compreender as características do processo que levaram os atores envolvidos às atitudes de consumo e produção que fizeram com que não se atingisse as metas de comercialização projetadas para a Feira Virtual Bem da Terra, mas ao mesmo tempo permitiram a sua permanência, ainda que sem autonomia financeira. Para atingir este objetivo, buscou-se: (a) compreender quais são os projetos individuais e coletivos dos atores das arenas de produtores, consumidores e Incubadoras; (b) avaliar qual a relação dos projetos individuais e coletivos das arenas de consumidores e produtores com a dinâmica de consumo encontrada; (c) entender quais e como foram construídas as estratégias a partir da dinâmica de consumo médio e do número de consumidores nas diferentes arenas a partir da agência dos atores. Para melhor compreender o que se propôs, utilizou-se o aporte teórico da Perspectiva Orientada pelo Ator (POA) como ferramenta central de análise e de forma transversalizada, a teoria econômica, os mercados e a compreensão sobre as orientações acerca do consumo como movimento. O estudo foi realizado com atores de três municípios do estado do Rio Grande do Sul-Brasil, dentre os quais estão Canguçu, Morro Redondo e Pelotas, num total de 11 entrevistados entre produtores, consumidores e membros de incubadoras. A coleta dos dados foi realizada mediante entrevista com roteiro semiestruturado e, posteriormente, efetuou-e a análise de discurso. A pesquisa apresenta como características: estudo de caso, exploratório-descritiva explicativa, e qualitativa. Os resultados demonstraram que os agricultores estão imersos no universo da produção e focados nas suas reproduções sociais, o que lhes dificultou realizarem uma participação mais efetiva. Os consumidores possuem diferentes níveis de sensibilidade socioambiental, o que fez com que, por um lado, muitos abandonassem ao longo do tempo a proposta de consumo, e, por outro lado, outros embarcassem de modo a garantirem junto às incubadoras até a desincubação, a continuidade da feira virtual, ainda que sem autonomia financeira. |