Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Humberto Ribeiro |
Orientador(a): |
Spolle, Marcus Vinicius |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4003
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Resumo: |
O presente trabalho tem como foco compreender a dinâmica da construção das identidades de negros ex-praticantes de cultos afro-brasileiros, convertidos à Igreja Universal do Reino de Deus na cidade de Pelotas. Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas sete entrevistas, sendo cinco com negros convertidos à denominação neopentecostal, uma com representante de Centro de Umbanda/Nação de Pelotas e outra com representante do Movimento Negro Evangélico da região metropolitana de Porto Alegre. Foram realizados questionamentos sobre questões referentes às razões de ingresso, pertencimento, mobilidade social, discriminação racial, evasão, intolerância religiosa e identidade, em relação às religiões de matriz africana e Igreja Universal do Reino de Deus. Fez-se análise qualitativa das respostas dos entrevistados, após enquadramento em três categorias principais e estas, por sua vez, em subcategorias. A primeira categoria - Religiões de matriz africana tratou das razões de ingresso, pertença, mobilidade social e identidade; A segunda categoria - Saída das religiões de matriz africana, das causas para o trânsito religioso; a terceira categoria - O negro evangélico, tratou da pertença (amizades e ritos), identidade e negritude (cabelo, boa aparência, discriminação racial, hierarquia e o uniforme), intolerância religiosa e mobilidade social (dízimo e teologia da prosperidade). Além das entrevistas utilizou-se, também, como fonte, publicações do Movimento Negro Evangélico e da Igreja Universal do Reino de Deus. Através da análise dos resultados obtidos, conclui-se que os negros convertidos à Igreja Universal do Reino de Deus apresentaram a construção de uma nova identidade a partir da ausência do sentimento de pertença e rejeição às religiões de matriz africana. Percebeu-se, também, que após a conversão, os entrevistados manifestaram sentimentos de acolhida pela nova denominação e reprodução dos discursos iurdianos, especialmente àqueles vinculados a mobilidade social através do pagamento do dízimo (é dando que se recebe), a consciência pessoal evoluiu no que se refere aos direitos sociais voltados aos negros, as entrevistadas apresentaram novas identidades, subordinadas ao discurso da Igreja Universal do Reino de Deus, segundo o qual Deus vê todos como iguais, indistintamente da cor de pele ou classe social (apesar de relato de discriminação racial por uma colaboradora). Sob essa ótica e atendendo aos interesses pessoais vinculados à ascensão social, status na coletividade religiosa pela assimilação/reprodução da estigmatização das religiões de matriz africana, as entrevistadas demonstraram ausência de preocupação com a herança cultural, enquanto afrodescendentes. |