Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Luiza Helena Silva de |
Orientador(a): |
Pappen, Fernanda Geraldo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Faculdade de Odontologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3642
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi: (1) obter evidência se os cimentos endodônticos biocerâmicos apresentam propriedades comparáveis aos convencionais; (2) sintetizar e caracterizar partículas de aluminato de cálcio (C3A), e C3A contendo prata (Ag); (3) incorporar estas partículas a um cimento à base de MTA; (4) avaliar propriedades físico-químicas e biológicas do cimento modificado, comparativamente ao cimento comercial, um material biocerâmico e outro à base de resina epóxica. Uma revisão sistemática a respeito das propriedades de cimentos endodônticos biocerâmicos pré-misturados foi conduzida através das bases de dados Medline, Scopus e Web of Science. As propriedades incluídas na revisão foram resistência de união, radiopacidade, pH, solubilidade, tempo de trabalho e presa, alteração dimensional, viscosidade, liberação de íons cálcio, atividade antimicrobiana, biocompatibilidade e citotoxicidade. A síntese das partículas de C3A e C3A+Ag foi realizada e as partículas caracterizadas utilizando difração de raio-X (XRD). A análise em Microscopia Eletrônica de Varredura/Espectroscopia por Dispersão (MEV/EDS) investigou a morfologia de superfície, o tamanho, e a composição elementar das partículas. As propriedades dos cimentos endodônticos avaliadas foram: tempo de presa, escoamento, radiopacidade, sorção e solubilidade, conforme a ISO 6876/2012. O pH e liberação de íons foram avaliados utilizando um pHmetro e um espectrômetro de emissão de plasma induzido por microondas. A inibição da formação de biofilme bacteriano na superfície dos materiais foi avaliada por meio de microscopia confocal (CLSM). Foram quantificados o biovolume total (mm3), e de bactérias viáveis (mm3), assim como o percentual de bactérias vivas. A biocompatibilidade foi analisada por meio de um microscópio óptico pela presença de células inflamatórias, fibras e tecido cálcificado após o preenchimento de cavidades cirúrgicas no fêmur de ratos com os cimentos testados. Os dados foram transformados e estatisticamente analisados pelos testes ANOVA e Tukey. O nível de significância adotado foi p<0.05. De acordo com a revisão sistemática, os cimentos biocerâmicos apresentam propriedades físico-químicas e biológicas similares ou melhores que os convencionais. A análise em MEV das partículas de C3A mostrou a formação de uma estrutura aglomerada de grãos vazios e com poros, e uma estrutura irregular. Já nas partículas de C3A+Ag, observou-se uma modificação na morfologia do material, confirmando a incorporação de Ag. As propriedades físico-químicas do cimento à base de MTA modificado pela adição de partículas foram similares às do cimento comercial, com exceção da liberação de íons cálcio, mais significativa nos grupos onde foram incorporadas as partículas de C3A e C3A+Ag. Todos os materiais apresentaram-se conforme as exigências da ISO 6876/2012 com relação ao tempo de presa, viscosidade, radiopacidade, sorção de água e solubilidade. Não houve liberação de Ag nos períodos avaliados. Todos os materiais apresentaram pH alcalino. A incorporação de partículas de C3A melhorou as propriedades antibiofilme, no entanto, e a inibição do crescimento de biofilme foi menor na presença de Ag. Houve redução do processo inflamatório na presença de C3A e Ag, e aos 30 dias todos os materiais apresentaram reparo tecidual. Pode-se concluir que os cimentos biocerâmicos apresentam boas propriedades físico-químicas e biológicas, sendo similares ou melhores que os cimentos convencionais. A adição de partículas de C3A e Ag ao cimento endodôntico à base de MTA não alterou dramaticamente suas propriedades, mas aumentou a capacidade de inibição do biofilme, e a liberação de cálcio, tendo ainda, um efeito positivo na resposta biológica dos cimentos modificados. |