Ocorrência, dinâmica de sementes e estabelecimento inicial de Aeschynomene spp. em arroz irrigado no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martins, Matheus Bastos
Orientador(a): Andres, André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7570
Resumo: O angiquinho (Aeschynomene spp.) é uma planta daninha semi-aquática da família das Fabaceas, com metabolismo fotossintético C3, caracterizada por folhas compostas paripenadas, caule corticoso, flores papilonáceas amarelo-avermelhadas e legumes articulados, chamados de lomentos. Algumas das 49 espécies que presentes no território nacional ocorrem nas áreas orizícolas dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, sendo considerada a principal infestante de folhas largas da cultura do arroz irrigado. O conhecimento de aspectos ecofisiológicos de plantas daninhas são essenciais para desenvolver práticas de manejo integrado. A hipótese deste trabalho é a de que a prevalência de espécies de Aeschynomene na lavoura de arroz irrigado decorre da viabilidade e dormência de suas sementes no banco do solo e emergência sob lâmina d’água. O objetivo foi esclarecer quais são as características e os processos que permitem que espécies do gênero Aeschynomene se estabeleçam e se perpetuem na lavoura de arroz irrigado. Assim, quatro estudos foram conduzidos: 1) levantamento das espécies de Aeschynomene spp. com ocorrência no estado do Rio Grande do Sul, sua distribuição nas regiões orizícolas e das práticas adotas pelos produtores para seu manejo; 2) determinação do fenômeno de dormência em suas sementes e do método mais eficiente para superação deste; 3) determinação da longevidade do banco de sementes no solo; e, 4) elucidação do efeito da presença de lâmina d’água, manejo d’água, temperatura e fotoperíodo na emergência e estabelecimento desta planta daninha. Como resultados foram identificadas quatro espécies nas lavouras do RS: A. denticulata, A. indica, A. rudis e A. sensitiva, sendo a primeira a mais frequente e, a deficiência na irrigação foi apontada pelos produtores como a principal razão da perpetuação da espécie. As sementes de A. denticulata e A. indica apresentaram dormência exógena, que pode ser superada pela escarificação mecânica de seu tegumento. O banco de sementes de A. denticulata e A. indica apresentou redução de 46% e 97% no período de um ano, respectivamente. A presença de lâmina d’água impediu a emergência de plântulas de A. denticulata e A. indica, que encontraram as condições mais favoráveis para emergência nas temperaturas e fotoperíodo das épocas de semeadura simuladas de outubro e novembro, independente do solo se encontrar úmido ou saturado, mesmo após remoção da lâmina d’água.