“Vem vamos juntos! Dá-me tua mão e vamos juntos!”: reconhecimento e narrativas sobre a trajetória de Oliveira Silveira.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Santa Julia
Orientador(a): Rubert, Rosane Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2690
Resumo: Este estudo aborda numa perspectiva antropológica, a trajetória política e intelectual de Oliveira Silveira considerando um intelectual contemporâneo com uma significativa contribuição para a atualização do pensamento social brasileiro, por meio da elaboração de contranarrativas sobre a presença negra no país. As múltiplas frentes de atuação de Oliveira Silveira impulsionam a refletir sobre os atravessamentos identitários por meio dos quais este se constitui na pessoa-personagem narrada pelos interlocutores dessa pesquisa. Tomando como aporte as discussões que procuram atualizar o campo antropológico em termos teórico-metodológico, este trabalho se inspira na perspectiva de Sahlins (1990), Turner (2005) e Gonçalves (2010), autores que pensam a relação entre ação e estrutura, bem como a relação entre esquemas culturais prévios e as apropriações que os sujeitos fazem deles. Incorpora-se a perspectiva de Said (1993) que discute o papel do intelectual na sociedade contemporânea. Busca-se nos estudos pós-coloniais elementos convergentes para situar Oliveira Silveira como intelectual diaspórico e como portador de uma identidade híbrida representada pela articulação conjunta de sua identidade regional e de sua identidade negra. O estudo procura descrever os deslocamentos vivenciados por Oliveira Silveira tanto no sentido geográfico como sentido simbólico. Este foi o proponente do Vinte de Novembro como data de maior significado para a história negra do país, sendo também atuante em organizações negras, tais como: clubes sociais negros, escolas de samba, congadas. Além disso, organizou vários grupos de ativismo político na capital, o primeiro deles, o Grupo Palmares e depois o Grupo Semba, Razão Negra, Revista Tição e Associação Negra de Cultura. Todas as organizações lideradas por Oliveira Silveira se destinavam, simultaneamente, à luta política e à promoção da cultura negra. Essa dissertação se propõe a apresentar o percurso etnográfico percorrido para apreender como diferentes pessoas, que conviveram com Oliveira Silveira em diferentes momentos compreenderam, significaram e valorizaram a trajetória deste intelectual e ativista. A partir da proposta de etnografia multisituada de George Marcus (1994), a pesquisa procurou identificar a forma como cada interlocutor(a) elaborou sua percepção e interpretação a respeito da trajetória de Oliveira Silveira, convertendo-as em narrativas.