Escolas étnicas italianas em Porto Alegre/RS (1877-1938) : a formação de uma rede escolar e o fascismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rech, Gelson Leonardo
Orientador(a): Tambara, Elomar Antonio Callegaro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2951
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar as escolas étnicas italianas na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 1877, marco da fundação da Sociedade Italiana Vittorio Emanuele II, e 1938, quando ocorreu o fechamento dessas instituições. Na esteira da História Cultural, a partir de fontes arquivísticas e periódicos, busca-se analisar o processo de constituição dessas escolas e de sua cultura escolar articulado à construção da italianidade e de sua defesa. Procura-se, também, demonstrar que, em Porto Alegre, ocorreu uma trajetória duradoura de manutenção e de preservação da escola étnica. Nesse contexto, pretende-se ressaltar o fato de as sociedades italianas, juntamente à representação consular sediada na capital, terem sido as instituições que lideraram e articularam as principais iniciativas escolares, formando, na década de 1930, uma rede escolar sob a égide da ideologia fascista. O processo histórico de constituição das escolas da capital foi marcado por distintas compreensões da italianidade e por diferentes fases. Pelo conjunto dos dados analisados, foi possível estabelecer ao menos três períodos: de 1877 até 1913; de 1914 até 1928; e de 1928 até 1938. Salienta-se que o período de 1928 a 1938 foi caracterizado pela retomada da italianidade na perspectiva do fascismo, o qual, entre várias estratégias, introduziu o ensino gratuito da língua italiana nos ginásios da capital e instituiu uma Direção Didática única para as escolas étnicas ligadas ao Consulado Geral da Itália em Porto Alegre, culminando na reorganização das instituições de ensino existentes e na abertura de novas escolas. Destaca-se, nesse último período, a constituição de uma rede escolar ítalo-brasileira, basicamente subsidiada pelo Governo Italiano e apoiada pelo Governo Brasileiro, caracterizada por um conjunto de atividades e de programas comuns, por uma unidade de orientação e de acompanhamento, por professores e por materiais didáticos enviados da Itália, visando à formação de “perfeitos balillas e bons italianos”.