Reparo em restaurações de resina composta : longevidade clínica e relevância para a odontologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Elias, Raquel Viégas
Orientador(a): Leite, Françoise Hélène Van de Sande
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3567
Resumo: O reparo de restaurações com falhas é uma das alternativas de tratamento indicadas por preservar o máximo de tecido dentário sadio. É de fácil execução, baixo custo, confortável para o paciente e capaz de aumentar a longevidade da restauração e do dente. Apesar disso, ainda é pouco utilizado pelos dentistas como alternativa à substituição de restaurações com defeitos. Dúvidas persistem com relação ao protocolo clínico e a longevidade desse procedimento. Este trabalho objetiva revisar na literatura aspectos relevantes sobre reparo em restaurações de resina composta e avaliar, através de um estudo clínico, a influência do reparo sobre a sobrevivência de restaurações de resina composta em dentes anteriores, com acompanhamento de 4 a 15 anos. A revisão foi do tipo narrativa e através das principais bases de dados foram selecionados estudos clínicos prospectivos ou retrospectivos e revisões sistemáticas ou narrativas sobre reparo de restaurações em resina composta. Para o estudo clínico utilizou-se um banco de dados extraídos de 396 prontuários de pacientes atendidos em uma clínica odontológica privada que receberam 628 restaurações de resina composta do tipo híbrida, microhíbrida e microparticulada em dentes anteriores, realizadas entre os anos de 1994 e 2009. Do total de restaurações foram realizados 198 reparos (55 classes III/IV; 143 facetas), dos quais 36 (65.4%) e 91(63.6%), respectivamente, em classes III/IV e facetas, permaneceram íntegros durante o período de avaliação. A sobrevivência das restaurações reparadas foi o desfecho principal do estudo. O teste exato de Fisher foi utilizado para analisar as diferenças nas falhas dentro de cada categoria (a=0.05). O método Kaplan-Meier foi empregado para gerar as curvas de sobrevivência em 15 anos. Regressão de Cox multivariável permitiu investigar a influência das variáveis de interesse (gênero, arco, lado, tipo de dente, tipo de resina composta e cavidade) na sobrevivência das restaurações. A taxa de falha anual das restaurações de classes III e IV, quando o reparo foi considerado sucesso, foi de 3.2% após 15 anos de acompanhamento, subindo para 4.9% quando o reparo foi considerado falha. Para facetas, a taxa de falha anual foi de 10.4% após 10 anos quando o reparo foi considerado sucesso e de 17.8% quando o reparo foi considerado falha. O arco dentário interferiu significativamente na longevidade das restaurações, com taxa de sobrevivência maior quando inseridas no arco inferior. Restaurações realizadas nos incisivos centrais apresentaram significativamente taxa de sobrevivência menor em relação aos incisivos laterais e caninos, exceto quando o reparo foi considerado sucesso em classes III e IV. As facetas realizadas com a associação de uma resina microhíbrida com uma microparticulada, quando o reparo foi considerado sucesso, tiveram maior sobrevivência em relação às realizadas apenas com resinas microhíbridas. Nossos achados com tempo longo de acompanhamento indicam que o reparo em restaurações de resina composta realizadas em dentes anteriores aumenta significativamente a sobrevivência das restaurações sendo uma alternativa viável para o tratamento de restaurações de resina composta com falhas. No entanto, estudos que levem em consideração a causa de falha da restauração, reparo ou substituição e hábitos de vida do paciente são necessários.