Proteínas de fase aguda e suas relações com o desempenho reprodutivo e produtivo de vacas leiteiras pós-parto.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Krause, Ana Rita Tavares
Orientador(a): Pfeifer, Luiz Francisco Machado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6055
Resumo: O período de transição de vacas leiteiras, caracterizado pelo balanço energético negativo (BEN), em que a demanda por nutrientes é maior do que a capacidade de ingestão da vaca, tem sido negativamente correlacionado com a retomada da atividade ovariana pós-parto, bem como condição de saúde da vaca, devido ao estado inflamatório que o BEN produz. Proteínas de fase aguda são marcadores inespecíficos da inflamação e têm sido utilizadas para avaliar o estado inflamatório e a chance de ocorrência de doenças, pois são produzidas na resposta inflamatória sistêmica. O objetivo deste estudo foi avaliar se o momento da ovulação pós-parto está relacionado com a secreção de proteínas de fase aguda, indicadores de lipomobilização e percentagem de células polimorfonucleadas (PMN) na citologia endometrial. Vacas multíparas da raça Holandês (n = 20), foram selecionadas pelo número de lactações (≥ 3), produção de leite na última lactação (7891±1184/Kg/305 dias) e histórico negativo de enfermidades no último ano produtivo. Amostras de sangue foram coletadas semanalmente do dia -21 relativo ao parto até os 30 dias pós-parto, e também dia do parto e dias 3, 6 e 9 pós-parto, para avaliação da concentração das proteínas de fase aguda: haptoglobina, albumina e paraoxonase, dos metabólitos glicose e ácidos graxos não esterificados (AGNE). Para avaliação do retorno a ciclicidade, amostras de sangue foram coletadas semanalmente do dia 16 ao dia 44 pós-parto para avaliação das concentrações séricas de progesterona. Exames ginecológicos e vaginoscopia foram realizados nos dias 18±2, 25±3 e 33±2 pós-parto, para avaliação e caracterização de secreção uterina. Citologia endometrial foi realizada aos 37±2 dias pós-parto, para avaliar a saúde uterina, através de lavado uterino de baixo volume. As vacas foram divididas de acordo com o retorno da atividade ovariana pós-parto até os 44±2 dias em Vacas Ovuladas (Grupo VO = 12) e Vacas Anovuladas (Grupo VA = 8). Vacas do grupo VA tiveram menores concentrações de albumina em todo o período pré (P = 0,03) e pós-parto (P = 0,01), maiores concentrações séricas de haptoglobina no pré-parto (P = 0,04) e tenderam a ter menores concentrações de paraoxonase no pós-parto do que o grupo VO (P = 0,09). Não foram observadas diferenças nas concentrações de glicose, AGNE e insulina (P > 0,05) entre os grupos. Vacas do grupo VO tiveram menor contagem de células PMN na citologia endometrial do que vacas que não ovularam (26,3% vs 53,4% PMN; P = 0,05). Aos 25±3 dias pós-parto, apenas 1 vaca do grupo VO apresentou secreção uterina alterada na vaginoscopia, enquanto que 3 vacas do grupo VA apresentaram secreção alterada (P = 0,07). Em conclusão, vacas que retornam mais cedo a atividade ovariana pós-parto apresentam resposta inflamatória sistêmica menos acentuada, não são influenciadas por lipomobilização e tem melhor saúde uterina.