Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Figueira, Michel Constantino |
Orientador(a): |
Vieira, Sidney Gonçalves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6200
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Resumo: |
O processo de espetacularização turística do Patrimônio Cultural da Humanidade, fenômeno resultante de programas e produções político-econômico-estéticas sobre o espaço de cidades históricas é o objeto central dessa tese. Parte-se da tese de que todo processo de patrimonialização universal executado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) possui fins e consequências econômicos através do mercado turístico. Enquanto tecnologias modernas de governo, patrimonialização e turismo congregam-se, produtiva e estrategicamente, para o atendimento a um mercado consumidor àvido por produtos e processos que exaltam a imagem do passado. E a projeção dos destinos turísticopatrimoniais – neste caso, os conjuntos urbanos que legitimam politicamente uma cidade histórica – ampara-se em modernos mecanismos de produção sobre o passado. Esses mecanismos capitalizam a realidade a partir da formação de uma imagem que traduz-se como real, mas que nada mais representa do que uma espetacularização universal fabricada e conduzida pelos representantes da etnologia de urgência – patrimonializadores – que, legitimados pelo Estado e associados a industria do turismo consolidam as cidades patrimoniais da humanidade como museus á céu aberto, dignos de preservação, mas com perspectivas pragmáticas de atração. A realidade dialética do turismo patrimonial determina-se, ainda, pela condição histórica da necessidade humana moderna pelo deslocamento e pelo contato e consumo de tudo que remeta a uma antiguidade. Ou seja, a interpretação da realidade irreal do turismo patrimonial é baseada no entendimento de que esse fenômeno, assim como os elementos que o formam – patrimônio e turismo –, representa uma simulação de um processo temporo-espacial simulado. Para todos os envolvidos na produção espetacular do turístico-patrimonial há uma ideologia, uma interpretação imaginária e ilusória de que o patrimônio é a história e a identidade e o turismo sobre ele, uma panaceia forjada na posse temporária do outro, da diferença, do passado. Através da metodologia da dialética regressivaprogressiva, buscou-se aqui, identificar, caracterizar, analisar e explicar os elementos (categorias) que contribuem, social e historicamente, para o processo de espetacularização turística do Patrimônio Cultural da Humanidade. Ou seja, quais medidas adotadas pelos governos, fases de projeção turística, qual o perfil dos viajantes, quais as necessidades e condições estruturais, produtivas, promocionais e mercadológicas amparam esse processo e quais os seus resultantes sociais, econômicos, culturais e políticos. Nesse processo dialético, resultou-se que a espetacularização turística do Patrimônio Cultural da Humanidade depende de um conjunto estratégico de ações político-governamentais, condicionantes históricosociais e resultantes mercadológicos que convergem, no seio da sociedade moderna, para materializar uma complexa e espetacular produção turísticopatrimonial. |