Efeitos da exposição ao material particulado (MP2,5) no sistema nervoso central de ratas Wistar e sua prole durante os períodos gestacional e lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Ana Paula da Silva
Orientador(a): Souza, Izabel Cristina Custódio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10817
Resumo: A exposição a poluição ambiental representa um importante fator de risco a saúde, o material particulado (MP2,5) presente na atmosfera tem sido implicado no desenvolvimento e agravamento de diversas patologia do sistema nervoso central (SNC). A interação entre MP2,5 e o SNC pode ocorrer pela via olfatória, estando relacionada com os processos neurodegenerativos. A exposição ao MP2,5 pode interferir no desenvolvimento do SNC embrionário resultando em alterações comportamentais de ratos Wistar. A partir das amostras de MP2,5 coletadas, foram preparadas duas diluições 1:50 e 1:25 utilizadas na instilação intranasal das fêmeas prenhes durante os períodos de gestação e lactação (39 dias), alocadas em três grupos experimentais, branco e diluições 1:50 e 1:25. Os objetivos deste estudo foram avaliar a exposição ao MP2,5 em relação ao comportamento, detectar e quantificar os componentes metálicos do MP2,5 no hipocampo e córtex pré-frontal, avaliar a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD). Duas tarefas comportamentais foram realizadas, o reconhecimento de objetos em campo aberto e o labirinto em Y. Os resultados obtidos no reconhecimento de objetos demonstraram diferenças significativas, entre as fêmeas o grupo 1:25 (4.8 ± 1.3) e o grupo branco (9.1 ± 1.3) (p = 0.061) em relação a interação com o objeto novo. Entre os machos uma diferença significativa (p = 0.0128) foi encontrada em relação a interação com o objeto familiar entre os grupos branco (3.7 ± 1.0) e 1:50 (7.2 ± 1.0). Uma diferença significativa também foi encontrada (p = 0.0207) entre o grupo branco (7.5 ± 1.0) e o grupo 1:25 (4.2 ± 1.0) na interação com o objeto novo, indicando uma redução no comportamento exploratório e um declínio na memória de curto e longo prazo, especialmente nos machos. No labirinto em Y, as ninhadas apresentaram diferenças significativas entre fêmeas e machos, grupo branco fêmeas (67,02 ± 5,41) machos (39,60 ± 5,41) (p < 0,0001), grupo 1:50 fêmeas (62,62 ± 5,41) machos (42,47 ± 5,41) (p = 0,0014) e 1:25 fêmeas (64,25 ± 5,41) machos (40,22 ± 5,41) (p = 0,0002) indicando uma redução da memória espacial nos machos. Os dados comportamentais obtidos apontam para uma maior suscetibilidade dos machos em relação as fêmeas quando expostos ao MP2,5. A detecção e quantificação no hipocampo e córtex pré-frontal (CPF) revelou a presença de componentes metálicos do MP2,5. Em relação a formação de EROs não houve diferença significativa entre os grupos (p > 0,05), já a análise da atividade da SOD no CPF das ninhadas foi encontrada uma diferença significativa (p = 0,0095) entre os grupos branco (50, 62 ± 10,84) e 1:50 (91,86 ± 10,84) indicando um aumento na atividade antioxidante. No hipocampo das matrizes uma diferença significativa (p = 0,0001) foi encontrada entre os grupos branco (79 ± 13,18) e 1:25 (6,10 ± 13.18). Os resultados obtidos indicaram a presença do MP2,5 nos tecidos nervosos, e alteração na memória espacial dos machos das ninhadas, e também foi observada alteração no balanço redox.