Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pegoraro, Giovana Ribeiro |
Orientador(a): |
Barros, Carlos Castilho de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
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Departamento: |
Faculdade de Nutrição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4879
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Resumo: |
A doença celíaca (DC) é uma doença crônica inflamatória que acomete o intestino delgado, a qual é ocasionada pela associação de três elementos: suscetibilidade genética, resposta autoimune e exposição ao glúten. Calcula-se que apenas 10 a 15% dos celíacos são devidamente diagnosticados. O diagnóstico é feito com base em manifestações clínicas, realização de testes sorológicos, testes genéticos e biópsia intestinal, a qual é considerada o padrão ouro no fechamento do diagnóstico. Os principais determinantes da suscetibilidade genética à DC estão localizados na região que codifica para o Antígeno Leucocitário Humano (HLA) de classe II, mais especificamente nos alelos que constituem os complexos HLA-DQ2 e HLA-DQ8. A partir da identificação desses alelos é possível conhecer o risco de determinadas populações virem a desenvolver a doença e, quando ausentes, pode-se favorecer um diagnóstico de redução de risco. Os parentes de primeiro grau de celíacos são considerados grupo de alto risco para o desenvolvimento da doença devido à grande probabilidade da herdabilidade desses fatores genéticos. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a frequência dos alelos de risco dos complexos HLA-DQ2 (DQA1*0501 e DQB1*0201) e HLA-DQ8 (DRB1*04) e associar com a presença de sintomas e doenças relacionadas à DC em parentes de primeiro grau de celíacos no sul do Brasil. Foi aplicado um questionário solicitando dados de caracterização da amostra e incidência de outras doenças e sintomas associados à DC. O DNA genômico foi extraído de células da mucosa bucal. Os alelos foram identificados por reação em cadeia da polimerase. Dos 224 indivíduos participantes, 14 foram excluídos da análise de sintomas por realizarem restrição total de glúten, sendo assim, 67,6% dos indivíduos relataram algum tipo de sintoma associado à DC. As doenças associadas à DC foram referidas por 40,6% e a intolerância à lactose foi mais frequente (18,3%). Foi observado que 87% dos parentes de celíacos possuíam ao menos um dos alelos de risco estudados, sendo que 79,9% apresentaram alelos de risco relacionados ao complexo HLA-DQ2 e 29,9% ao HLA-DQ8. Dos indivíduos positivos para ambos os alelos DQA1*0501 e DQB1*0201 do complexo HLA-DQ2, 78,4% relataram sintomas associados à DC (p=0,003), sendo a distensão abdominal o sintoma mais frequente (p=0,006). Indivíduos portadores do alelo DRB1*04, marcador do haplótipo DR4-DQ8, referiram maior incidência de osteoporose (p= 0,02) e hipotireoidismo (p= 0,04) ao comparar com não portadores deste alelo. Esses resultados ressaltam a importância da genotipagem dos alelos de risco relacionados ao sistema HLA no diagnóstico de DC por estarem associados à maior frequência de outras doenças e sintomas relacionados à DC. |