Ciclo de vida no contexto sambaquieiro – um estudo de caso feminista e queer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Valle, Manuela Tuerlinckx Costa
Orientador(a): Ribeiro, Loredana Marise Ricardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9336
Resumo: Este trabalho tem o intuito de exercitar a desconstrução de preceitos normativos, por meio da teoria e da metodologia, aplicada à arqueologia. Resguardada pela teoria queer e pela crítica feminista à ciência, busquei encontrar outras possibilidades de perceber o passado. Para isso, recorri ao sambaqui de Cabeçuda (Santa Catarina), por entender que, a partir dos diversos dados que se tem a respeito dele e da sua fluidez no contexto mortuário, ele poderia servir como base de teste ao exercício que pretendo propor. Desse modo, esta pesquisa surge a partir de uma revisão bibliográfica; assim, dados já publicados a respeito desse sambaqui e dos corpos nele sepultados puderam servir como base para as análises e as hipóteses que foram sugeridas aqui. As interpretações propostas foram guiadas pelas lógicas indígenas, às quais tive acesso por meio de um apanhado de literaturas etnográficas. Ademais, os esforços feitos serviram para, de alguma forma, expor que a ciência moderna ocidental vem criando narrativas que muitas vezes são equivocadas sobre o passado. Este trabalho teve a intenção de questionar mais e responder menos, e, nesse exercício, pude observar algumas questões interessantes sobre as fases do ciclo da vida e sobre como elas poderiam ter sido representadas por meio dos tratamentos funerários. Levantei a possibilidade de que o que atualmente entendemos como infância não seria o mesmo para a população de Cabeçuda – pelo menos não no que se refere à idade que prevemos –, uma vez que foi possível perceber que as pessoas com 8 anos ou mais recebiam tratamento similar ao das pessoas mais velhas (que seriam consideradas, pela modernidade, adultas). Ademais, questiona-se o que a busca pela diferenciação sexual tem construído, de fato, nos estudos arqueológicos sobre populações que não se guiam por preceitos modernos e ocidentais.