A Escola Normal Regional Imaculada Conceição em Pelotas/RS: a atuação da igreja católica e dos poderes públicos (1955-1971)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vicente, Magda de Abreu
Orientador(a): Amaral, Giana Lange do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4401
Resumo: Esta pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas, na linha de Filosofia e História da Educação, tem como enfoque principal a educação rural em Pelotas-RS entre os anos de 1955 a 1971.Visa, sobretudo, analisar a formação da normalista rural, especificamente a partir de uma instituição: a Escola de Normalista Regional Imaculada Conceição (ENRIC), mantida pela Sociedade de Educação Cristã (SEC) que, em 1961, transformou-se em Fundação Rural Educacional Cristã Rachel Mello (FRECRM), atrelada à Igreja Católica. Por vezes, recorreu-se ao termo Sociedade/Fundação para melhor caracterizar essa mudança da nomenclatura institucional. A investigação foi realizada por meio de uma abordagem sócio-histórica, a partir da análise de fontes escritas, orais e iconográficas. Leis, Atos e Decretos municipais foram utilizados para elucidar o envolvimento da municipalidade junto às escolas primárias rurais em Pelotas. Atas, relatórios, correspondências, fotografias, entrevistas e depoimentos orais serviram para analisar aspectos da formação das normalistas. O jornal católico A Palavra foi investigado para entender as especificidades do pensamento sobre a educação rural divulgado pela Diocese de Pelotas. A formação da normalista rural nesta cidade foi analisada também a partir dos convênios que a Sociedade/Fundação manteve com o governo do estado do RS, observando-se aqui uma relação entre o público e o privado que sustentou escolas normais rurais no RS. Por último, buscou-se averiguar as representações que a normalista rural estabeleceu a partir de suas vivências no internato A Minha Casa Ruralou na própria ENRIC. O embasamento teórico levou em consideração aspectos do Ruralismo Pedagógico tendo como referencial teórico a História Cultural. Concluiu-se que a ENRIC foi direcionada para meninas oriundas de zonas rurais e cidades vizinhas de Pelotas, bem como para a comunidade das Três Vendas, bairro considerado região rururbanade Pelotas. A instituição formou professoras atuantes na carreira docente. No entanto, atendeu parcialmente aos princípios de radicar a mulher no meio rural, pois foram poucas as professoras que lecionaram durante toda sua vida em zona rural. Além dessa questão, a representação do rural observada na ENRIC deveu-se mais a uma convenção estabelecida na sociedade, uma vez que a escola mantinha um internato para meninas do interior. Porém, seu currículo era mais direcionado para práticas direcionadas ao lar, à formação religiosa, a conteúdos propedêuticos e didático-pedagógicos do que a práticas rurais, constituindo-se aí uma peculiaridade da ENRIC, haja vista que outras normais rurais do RS tiveram conteúdos voltados para formação agrícola e pecuária ou para formação propedêutica. Por fim, cabe salientar que a Sociedade/Fundação teve a sua frente a atuação da professora Maria Rachel Ribeiro de Mello, que se destacou como mediadora cultural daquele projeto educativo.