A constituição do eu-docente na formação inicial através dos estágios supervisionados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Leite, Vanessa Caldeira
Orientador(a): Garcia, Maria Manuela Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2789
Resumo: Esta tese tem como objetivo problematizar o modo como os alunos vêm se constituindo enquanto docentes a partir das disciplinas de Estágios Supervisionados do curso Teatro-Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Para tanto, tem como fonte de dados a análise das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores e o Projeto Pedagógico do Curso e, de modo específico, vinte e um relatórios de Estágio dos alunos da primeira turma concluinte do Curso de Teatro-Licenciatura, ingressantes no ano de 2008, e que realizaram seus estágios no período entre o segundo semestre de 2010 e 2011. As bases teóricas fundamentais para esta pesquisa são os estudos de Michel Foucault e Jorge Larrosa. Os últimos estudos realizados por Michel Foucault, o domínio da ética, que trata dos modos de subjetivação e sobre as tecnologias do eu, auxiliaram na discussão sobre a constituição do eu-docente, por entender a disciplina de Estágio como um dispositivo pedagógico em que diferentes práticas ou tecnologias do eu-docente são efetuadas. Os estudos de Jorge Larrosa sobre a educação moral presente nas práticas educativas e o conceito de experiência nas suas relações com o tema da formação humana, foram importantes para a análise dos Estágios. Com base nessas teorizações, foram realizados três movimentos analíticos que levaram a algumas constatações em relação a esta disciplina curricular: O Estágio compartilha de aspectos de uma educação moral na medida em que os alunos não aprendem os conteúdos específicos da área, mas princípios de comportamento ou de procedimentos; ao mesmo tempo, compartilha de elementos da ética, por ser um espaço onde o sujeito observa, narra, expressa, decifra, julga a si mesmo, com intuito de sua constituição e transformação de sua subjetividade. As análises realizadas ainda demonstraram que, na atitude de narrar suas experiências nos relatórios, o acadêmico constitui-se, ou seja, a escrita de si atua como elemento de autoformação do eu-docente. Por fim, foi possível encontrar diferentes marcas de aprendizagens nos futuros professores, através dos Estágios e a possibilidade da experiência como princípios de uma formação humana, contrária a uma formação instrumental ou técnica.