Aquisição das vogais nasais francesas [ɛ̃], [ã] e [ɔ̃] por aprendizes brasileiros: aspectos acústico-articulatórios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Correa, Bruna Teixeira
Orientador(a): Gonçalves, Giovana Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3579
Resumo: Este trabalho se propõe a investigar a aquisição das vogais nasais [ɛ̃], [ã] e [ɔ̃] da Língua Francesa por aprendizes do curso de licenciatura em Letras Português/Francês da Universidade Federal de Pelotas. Em termos articulatórios, essa classe de segmentos caracteriza-se pelo abaixamento do véu palatino, o que gera o acoplamento dos tubos nasal e oral (SEARA, 2000; DEMOLIN e MEDEIROS, 2006; BARBOSA e MADUREIRA, 2015) e, consequentemente, por aspectos acústicos diferentes daqueles encontrados nas vogais orais. Com a passagem livre do ar no trato nasal, o primeiro formante (F1) tende a abaixar e o terceiro (F3) a aumentar (HAWKINS e STEVENS, 1985; DELVAUX, 2001). Há também uma modificação na amplitude de picos espectrais – menor para as nasais –, aparecimento de picos espectrais adicionais e uma maior duração para os referidos segmentos (MORAES e WETZELS, 1992; SOUSA, 1994). Para desenvolver essa pesquisa, tomou-se como base a Fonologia Gestual (BROWMAN e GOLDSTEIN, 1986), cujas análises abordam o caráter dinâmico da fala e tratam o gesto como primitivo de análise. Para tanto, foram realizadas coletas de dados orais e articulatórios com três grupos de informantes: Grupo I - 8 aprendizes de FLE de semestres distintos (2º, 3º, 5º, 7º e 8º) do curso de licenciatura; Grupo II - 4 nativas de francês; e Grupo III - 4 nativas de português brasileiro. Os instrumentos de coletas consistem para a produção oral, em um teste de eliciação de palavras e de logatomas em frase-veículo e para a produção articulatória, somente o segundo tipo de teste já referido. As coletas dos Grupos I e III foram realizadas na cabine acústica do Laboratório Emergência da Linguagem Oral (LELO/UFPel); já as do Grupo II, em Paris/França. Para análise acústica dos dados de produção oral, foi utilizado o software PRAAT versão 6.0.20; para a análise articulatória, o software Articulate Assistant Advanced (AAA), versão 2.16.11. A análise dos segmentos dos dois grupos de nativas constatou que (i) as vogais nasais do PB têm maior duração absoluta, bem como maior duração de seus murmúrios; (ii) a duração relativa da fase nasal das vogais do francês são mais longas; (iii) para diferenciar segmento nasal de oral, a nativa do francês posterioriza seus movimentos de língua, já a do português, eleva. Quanto aos dados das aprendizes, foi possível constatar: (i) as vogais nasais do francês têm maior duração relativa e absoluta quando comparadasàs do português; (ii) maior duração absoluta da fase nasal das vogais da LE; (iii) menores valores de duração do murmúrio no FR; (iv) generalização de gestos de língua da informante do 2º semestre para as três vogais nasais do FR e (v) distinção acurada da informante do 8º.