Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Giovana Tavares |
Orientador(a): |
Scivittaro, Walkyria Bueno |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação do Solo e da Água
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15702
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Resumo: |
O cultivo de arroz irrigado é responsável por emissões significativas de gases de efeito estufa (GEE), principalmente metano (CH₄). Isso ocorre principalmente nas lavouras que utilizam o sistema irrigado por inundação contínua, que mantém o solo saturado durante quase todo o ciclo de cultivo do arroz. A inundação do solo cria condições ideais para a atividade de microrganismos metanogênicos, que decompõem a matéria orgânica no solo, liberando CH4. As lavouras de arroz também contribuem para a emissão de outros GEE, como o dióxido de carbono (CO₂) e o óxido nitroso (N₂O), mas em menor quantidade. O sistema de irrigação por inundação intermitente, que alterna períodos de solo inundado e drenado durante o ciclo de cultivo do arroz, pode constituir-se em estratégia para mitigar as emissões de GEE da lavoura de arroz, particularmente CH4. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar potencial e a intensidade de emissão de GEE de cultivares de arroz sob irrigação por inundação contínua e intermitente. O estudo foi realizado nas safras agrícolas 2019/2020 a 2021/2022, em Planossolo, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, RS. Ao longo das três safras, avaliaram-se quatro cultivares convencionais de arroz irrigado (BRS Pampa CL, BRS A705, BRS Pampeira e BRS 358) e duas cultivares híbridas (XP 113 e XP 117). As emissões de GEE foram medidas pelo método da câmara estática fechada. Avaliaram-se os fluxos e emissões sazonais de CH4 e N2O e o desempenho produtivo do arroz irrigado. Calcularam-se, ainda, o potencial de aquecimento global parcial (PAGp) da cultura, considerando-se potenciais de aquecimento global do CH4 e N2O em relação ao CO2, respectivamente de 28 e 265, e a intensidade de emissão da cultura (PAGp/RG), que relaciona o PAGp ao rendimento de grãos (RG). As principais diferenças nas emissões de CH4 estiveram associadas ao sistema de irrigação do arroz, sendo maiores sob inundação contínua, relativamente à inundação intermitente. Picos maiores de emissão de CH4 ocorreram no período compreendido entre o emborrachamento e início da floração do arroz. As emissões sazonais de CH4 e o PAGp foram superiores sob irrigação por inundação contínua, relativamente à inundação intermitente, não se verificando efeito do sistema de irrigação sobre as emissões totais de N2O. As cultivares de arroz irrigado diferiram quanto ao potencial de emissão de CH4 e ao PAGp, bem como à tolerância ao estresse hídrico proporcionado pela intermitência da irrigação. De forma geral, as cultivares que associam ciclo biológico precoce e elevado potencial produtivo apresentaram maior potencial mitigador de emissão de GEE e do PAGp. O sistema de irrigação por inundação intermitente mostra-se uma alternativa promissora para reduzir as emissões de GEE e o potencial de aquecimento global da lavoura de arroz nas condições de cultivo das terras baixas do Rio Grande do Sul. Contudo, a adoção dessa técnica requer um manejo criterioso, considerando a interação entre o manejo da água e a adubação nitrogenada, evitando incrementos substanciais nas emissões de N₂O e estresses por déficit hídrico e garantindo a sustentabilidade da produção. |