Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Casaril, Angela Maria |
Orientador(a): |
Savegnago, Lucielli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
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Departamento: |
Centro de Desenvolvimento Tecnológico
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8856
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Resumo: |
A depressão é o transtorno psiquiátrico mais prevalente no mundo, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas. A patofisiologia desse transtorno ainda não foi completamente elucidada, possivelmente por ser multifatorial e heterogênea. No entanto, evidências sugerem que a disfunção na neurotransmissão monoaminérgica e glutamatérgica, hiperativação do eixo hipotálamo-ituitáriaadrenal, inflamação e estresse oxidativo estão associados com as alterações comportamentais observadas nos pacientes. Apesar da relevância socioeconômica, 40% dos pacientes depressivos não apresentam melhora sintomatológica com os medicamentos disponíveis. Dessa forma, considerando o caráter multifatorial da depressão e a necessidade de tratamentos mais eficientes, torna-se clara a importância da procura por moléculas multialvo com efeito antidepressivo. Estudos iniciais realizados pelo nosso grupo de pesquisa reportaram que o composto 3-[(4-clorofenil)selenil]-1-metil-1H-indol (CMI) apresentou efeito antioxidante e protegeu camundongos contra o comportamento tipo-depressivo induzido pela inflamação. Essa molécula de caráter híbrido, combina os efeitos farmacológicos do átomo de selênio com o grupo indólico. Assim, a necessidade de fármacos mais eficientes para a depressão aliada ao promissor efeito do CMI nos impulsionou a aprofundar o conhecimento a respeito da capacidade do CMI em reverter o comportamento tipodepressivo em diferentes modelos animais. No capítulo 1 desta tese, descreveu-se o potencial do CMI em neutralizar oxidantes derivados da inflamação. No capítulo 2, explorou-se a capacidade do CMI em reverter o comportamento tipo-depressivo em camundongos submetidos ao estresse agudo de restrição, e sua capacidade de reverter a neuroinflamação e o estresse oxidativo nos córtex pré-frontais e hipocampos dos camundongos. No capítulo 3, investigou-se a capacidade do CMI em reverter o comportamento tipo-depressivo e tipo-ansiogênico induzido pela inflamação aguda, através da modulação do sistema serotoninérgico. No capítulo 4, observou-se que o CMI reverteu o comportamento tipo-depressivo e o déficit cognitivo em camundongos portadores de tumor mamário, através da modulação do estresse nitrooxidativo e da neuroinflamação. No capítulo 5, constatou-se que o efeito tipoantidepressivo e tipo-ansiolítico do CMI depende da ativação da via do BDNF/mTOR. No capítulo 6, descobriu-se que o CMI melhorou o comportamento tipo-depressivo, tipo-ansiogênico e o prejuízo cognitivo em camundongos que sobreviveram a sepse, através da modulação de parâmetros sanguíneos, estresse oxidativo periférico, neuroinflamação e estresse nitro-oxidativo central. Em conjunto, nossos resultados descrevem o potencial farmacológico do CMI e reforçam a relevância da neuroinflamação e do estresse nitro-oxidativo como alvos para o tratamento da depressão. Dessa forma, objetiva-se contribuir com o desenvolvimento de um novo adjuvante terapêutico capaz de melhorar a qualidade de vida de pacientes depressivos e colaborar com a divulgação cientifica e a quebra do estigma de que a depressão é uma doença puramente mental. |