Efeito da suplementação com castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B. K) como fonte de selênio sobre os marcadores de estresse oxidativo, citocinas inflamatórias e sua relação com o polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 em pacientes com artrite reumatoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Callou, Kátia Rau de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9132/tde-27052015-120723/
Resumo: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por inflamação das articulações e se manifesta por inchaço e incapacidade funcional das mesmas. A patologia da doença envolve a produção excessiva de radicais livres pelos neutrófilos ativados, podendo induzir à peroxidação lipídica nas membranas celulares o que leva ao aumento da inflamação. Nesse sentido, o selênio (principal fonte é a castanha-do-brasil) é um importante fator por diminuir a atividade dos hidroperóxidos por meio da ação da enzima antioxidante glutationa peroxidase (GPx). No entanto, estudos que avaliem a associação do estado nutricional relativo ao selênio em pacientes com AR com os biomarcadores do estresse oxidativo e de inflamação são escassos na literatura. Desse modo, a avaliação do efeito potencial in vivo da suplementação com castanha-do-brasil, como fonte de selênio, sobre os parâmetros descritos anteriormente e sua relação com o polimorfismo Pro198Leu no gene da GPx1, em pacientes com artrite reumatoide (AR), vêm a suprir essa lacuna. Inicialmente foi realizada a caracterização da castanha-do-brasil quanto à composição de macronutrientes e teor de selênio. O estudo em pacientes com artrite reumatoide foi de natureza longitudinal. Foram avaliados 46 pacientes com AR, com idade média de 55,2 ± 10,9 anos, atendidos no Setor de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo. O estudo foi dividido em duas fases: antes (T0) e após a suplementação (T1) com 1 nóz de castanha-do-brasil. Foi realizada a avaliação da composição corporal e do consumo alimentar. Além disso, foram avaliados parâmetros bioquímicos relativos ao status de selênio por espectrofotometria de absorção atômica por geração de hidretos; atividades da GPx e SOD com uso de kits comerciais; concentração da GPx1 por kits comerciais, sua expressão gênica (qRT-PCR) e genotipagem do Pro198Leu no referido gene por PCR em tempo real; determinação de 8-isoprostanos por kit comercial, assim como níveis circulantes de fibrinogênio, proteína C reativa, IL-6, IL-10, TNF-α, IL-1β, IL-2, VCAM, ICAM, PAI-1 e sE-selectina pelo ensaio ELISA. O genótipo selvagem (Pro/Pro) foi observado em 57,63% das participantes; 35,59% para as heterozigotas para o alelo variante (Pro/Leu) e 6,78% apresentaram os dois alelos variantes. As pacientes com artrite reumatoide apresentaram baixa ingestão de selênio e, após a intervenção, o consumo aumentou significantemente. Em relação ao status de selênio, houve um aumento em sua concentração no plasma e eritrócitos após o período de intervenção com castanha-do-brasil, assim como na atividade da GPx, na concentração da GPx1 e em sua expressão gênica. Níveis urinários reduzidos de 8-isoprostano e nenhuma alteração quanto à capacidade antioxidante total plasmática e quanto aos marcadores inflamatórios foram observados após o período de intervenção. Por outro lado, houve um aumento nas concentrações séricas das moléculas de adesão celulares. Portanto, pode-se concluir que a suplementação com castanha-do-brasil mostrou-se efetiva em melhorar o estado nutricional relativo ao selênio dos pacientes e os marcadores de estresse oxidativo, todavia a ingestão de 350 µgSe/dia não foi suficiente para promover uma melhora do quadro inflamatório. Além disso, a presença do polimorfismo Pro198Leu modificou as respostas dos indivíduos CT e TT em relação à suplementação, sendo inferior à dos indivíduos CC.