Mecanismos de tolerância ao déficit hídrico em espécies de forrageiras nativas dos campos sul-brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Celente, Angelita Martins
Orientador(a): Amarante, Luciano do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3483
Resumo: Os campos naturais sul-americanos apresentam várias espécies nativas com grande potencial forrageiro, que podem servir para o desenvolvimento de novos materiais cultivados mais produtivos e adaptados às mudanças climáticas. Dentre essas, destacam-se algumas leguminosas, como Macroptilium lathyroides L., Vigna luteola Jacq. e Desmodium incanum DC. O objetivo do trabalho foi caracterizar alguns mecanismos fisiológicos e bioquímicos de adaptação ao estresse, causado pela restrição hídrica no solo, em leguminosas nativas dos campos sul-brasileiros. As plantas foram obtidas a partir de sementes coletadas a campo e semeadas em bandejas multicelular de polipropileno expendido contendo substrato comercial (turfa fértil) e cultivadas em casa de vegetação. Após 49 dias da semeadura, as plantas foram transferidas para vasos plásticos, perfurados, com capacidade de 3L, mantendo-se três plantas por vaso. O substrato utilizado foi constituído de turfa fértil e solo, na proporção de 1:1. O tratamento com restrição hídrica foi iniciado 30 dias após o transplante por meio da suspensão da irrigação. O monitoramento do teor de umidade foi realizado por gravimetria. As plantas do tratamento controle foram mantidas na capacidade de campo. As avaliações foram realizadas aos quatro, 11 e 18 dias após a submissão ao déficit hídrico e aos dois, cinco e nove dias após a reidratação. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e analisados por comparação de médias pelo Teste de Tukey a 5% de significância. A unidade experimental consistiu em um vaso contendo três plantas. Foram avaliados os parâmetros de crescimento, (massa seca da parte aérea e do sistema radicular e área foliar), concentração de pigmentos fotossintéticos (clorofilas a, b, total e de carotenoides totais) e o teor relativo de água em folhas, extravasamento de eletrólitos, teores de açúcares solúveis totais, prolina, peróxido de hidrogênio e malondialdeído em folhas e raízes. Os resultados obtidos permitem inferir que, em plantas de Macroptilium lathyroides e Desmodium incanum há uma relação direta entre o crescimento, caracterizado pelo acúmulo de massa seca na parte aérea e raiz respectivamente, o potencial de água nas folhas, a área foliar e o teor de clorofila total. Relação esta que não foi observada em Vigna luteola. O acúmulo de solutos compatíveis como açúcares solúveis e prolina constitui uma estratégia metabólica evidente para adaptação à restrição hídrica nas três espécies de leguminosas.