Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Jeske, Henrique |
Orientador(a): |
Gomes, Simone da Silva Ribeiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/12113
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Resumo: |
O presente estudo é uma imersão sociológica realizada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, interessada nas marcações de facções criminosas espalhadas pelas ruas da cidade em forma de pichações e impressas em tatuagens nos corpos de indivíduos. Os argumentos que compõem o texto estão orientados em debater o cômpito da vida dentro e fora do “universo faccional” na localidade por intermédio das produções imagéticas em questão. Objetiva lançar luz sobre o espraiamento das atividades e a popularidade alcançada por alguns coletivos, centrando o papel das marcações nesses processos disruptivos que contrapõe o vitorioso discurso estatal sobre a segurança pública municipal. A abordagem empírica é majoritariamente qualitativa, e fora utilizado um roteiro semiestruturado para entrevistas realizadas com trinta e sete indivíduos que rodeiam o “mundo do crime” por razões distintas, aqui denominados atores-chave. Ocorreram onze ocasiões de entrevistas individuais e duas ocasiões de entrevistas coletivas. Soma-se a isso o registro fotográfico de pichações faccionais encontradas em Pelotas e cercanias, totalizando cinquenta e três imagens; doze registros de equivalentes alusões às facções criminosas locais na internet e outras dezesseis imagens de tatuagens cedidas por colaboradores. Ademais, são datificadas as “sinopses históricas” (Feltran, Cipriani, Maldonado, et al., 2022) produzidas e compartilhadas pelos atores em áreas “marcadas” por facções, o principal produto extraído da observação participante. O estudo também contou com um questionário com perguntas abertas e fechadas interessadas em verificar o nível do conhecimento dos cidadãos acerca dos nomes, siglas e símbolos de facções criminosas atuantes na região, questões às quais responderam remotamente cento e cinco indivíduos. Os resultados indicam o poder decisório hegemônico de uma única facção criminosa na cidade, cujo nome e os símbolos figuram no imaginário popular local como expoentes do crime, sendo propagados e reproduzidos, porém, extra “mundo do crime” em produções estéticas que copiam aquelas produzidas no âmbito faccional. Além disso, discute-se a complexidade das dinâmicas internas, acordadas entre coletivos ou impostas compulsoriamente, as quais são cotidianamente reforçadas pelo ideário imagético constituído como linguagem estética referenciada pelo “mundo do crime”. |