Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Kavaya, Martinho |
Orientador(a): |
Ghiggi, Gomercindo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7731
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Resumo: |
Esta tese reflete sobre a relação dialógico-pedagógica entre os Círculos de Cultura do Brasil com o Ondjango e Otchiwo do grupo etnolinguístico Ovimbundu em Ganda/Benguela-Angola, para pensar a educação libertadora em Angola. Daí, a razão de ser da idéia: “Alvorecer da Esperança”. Trata-se de repensar uma educação ondjangotchiwiana proporcionadora de mudanças substanciais, lutadora pela democratização efetiva, promotora da universalização dos direitos e superadora dos resquícios das culturas e das pedagogias do “amém” ainda presentes na realidade angolana: desigual, autoritarista, excludente e sexista. Para o efeito, a partir dos estudos desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas, na Linha de Pesquisa Filosofia e História da Educação e no Grupo de Pesquisa Filosofia, Educação e Práxis Social (FEPráxiS) buscamos, do elenco das pedagogias encontradas nos três ideários pedagógicos, indicadores conducentes à educação acima proposta: o diálogo, a participação e a liberdade. Diante dessa proposta surgiu a seguinte hipótese: revitalizadas pelos diálogos com os Círculos de Cultura, as pedagogias do Ondjango e do Otchiwo podem impulsionar uma educação libertadora em Angola, desde o mundo dos Ovimbundu, capaz de lutar contra os resquícios da cultura e da pedagogia do amém, ainda presentes no mundo angolano. Para a efetivação do estudo aqui proposto tivemos como referências principais, Freire, Nunes, Altuna, Kavaya e vários autores de reconhecimento nacional e internacional. Para submeter a presente investigação sob debate público, buscamos dois campos para o debate investigativo: Ganda/Angola e Unisinos/Brasil. Em Angola, num trabalho árduo com dois interlocutores primários (um homem e uma mulher) e outros informantes secundários, com o objetivo de compreender melhor o ondjango (espaço dialógico masculino) e otchiwo (espaço dialógico feminino), usamos como artefatos os diálogos participantes ensinantes/aprendentes, as fotografias, os vídeos e os áudios. No Brasil, através de estudos realizados na Unisinos, ligados à Linha de Pesquisa Educação e Processos de Exclusão Social, a proposta foi vivenciar a atualidade dos Círculos de Cultura. Tanto em Angola quanto no Brasil, foi possível concluir que os elementoschave para uma educação libertadora são: o diálogo, a participação e a liberdade. Assim, foi possível confirmar a hipótese inicial segundo a qual, revitalizadas pelos diálogos com os Círculos de Cultura, as pedagogias do Ondjango e do Otchiwo, manifestadas através do diálogo, da participação e da liberdade, podem impulsionar uma educação como prática da liberdade em Angola, desde o mundo dos povos Ovimbundu em Ganda-Benguela, capaz, assim, de lutar contra os resquícios da cultura e das pedagogias do amém, ainda presentes em Angola, manifestas por desigualdades prementes, autoritarismos sutis, sob capa de cordeiro, exclusão explícita e sexismo patológico. Durante todo o tempo da pesquisa, a fenomenologia hermenêutico-dialógica e ondjangotchiwiana constituíram o método para a compreensão densa da realidade angolana e discussão das possibilidades e limites dos ideários pedagógicos aqui pesquisados. |