Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Damé, Vergília Spiering |
Orientador(a): |
Gonçalves, Giovana Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Centro de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2853
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Resumo: |
O presente estudo visa à observação de trocas ortográficas nos segmentos plosivos, buscando evidenciar até que ponto imprecisões de ordem fonético/fonológica influenciam em sua ocorrência. A partir dos estudos predominantes até o fim da década de 90, a ocorrência de trocas ortográficas é entendida de maneira categórica, decorrente da troca de traços distintivos. No entanto, essas trocas podem ser motivadas por aspectos fonético/fonológicos não necessariamente perceptíveis na fala. Sob este ponto de vista, busca-se evidenciar as trocas presentes nos segmentos plosivos, apontando, a partir da Fonologia Gestual, a influência da aquisição gradiente de parâmetros acústicos e articulatórios na escrita. Para tanto, foi realizada coleta de dados de fala e escrita de 47 sujeitos, matriculados nos 2º, 3º, 4º e 6º anos do ensino fundamental de uma escola pública localizada na cidade de Pelotas. Os instrumentos de coleta desenvolvidos consistem na elaboração de uma narrativa e na nomeação de palavras, a partir de imagens. A seleção das palavras para realização desta atividade levou em conta a distribuição das plosivas em quatro variáveis linguísticas, a saber: tonicidade, estrutura silábica, posição na palavra e ambiente vocálico - /a/, /i/ ou /u/. Na etapa de coleta dos dados de fala, os sujeitos foram instruídos a produzir os estímulos em uma frase veículo: digo “palavra alvo” pra você. A partir dos resultados obtidos nessa etapa, foi realizada, com 2 sujeitos da turma com maior número de trocas, o 3º ano, uma coleta de dados articulatórios, por meio da técnica ultrassonográfica, com a utilização do software Articulate Assistant Advanced (versão 2.16.11), a fim de evidenciar possível influência da magnitude e temporalidade gestual, e correlacionar pistas acústicas e articulatórias. Os dados de escrita foram contabilizados e classificados quanto à ocorrência de trocas de acordo com os contextos analisados. Os dados orais foram submetidos à análise acústica, por meio do software PRAAT (versão 5.3.10) e, assim como os dados escritos, também foram submetidos a uma análise estatística, por meio do SPSS (versão 17.0). Conforme era esperado, o número de erros de escrita nos segmentos plosivos é pouco expressivo e diminui de acordo com o adiantamento escolar dos sujeitos. Foi observado um predomínio de trocas em plosivas sonoras, quando em estrutura CCV, e seguidas das vogais altas. A influência da sílaba tônica e a posição medial mostram-se relevantes na escrita adequada de “t”. As trocas na fala, como também era esperado, não correspondem às verificadas na escrita, entretanto, na análise acústica, verificaram-se diferenças significativas, entre o grupo com e sem trocas, valores destoantes na duração relativa de VOT, em especial para [k], que podem refletir em dificuldades na relação grafo-fônica. Para [k], também foram identificados valores de VOT superiores ao considerado padrão para o português, resultando em proximidade com o valor evidenciado para a dorsal sonora. A análise articulatória parece apontar consonância com os resultados estatísticos obtidos para os dados de escrita, em especial, quanto ao contexto vocálico de [b]. Dessa forma, pistas acústicas e articulatórias parecem revelar influência na ocorrência de trocas ortográficas. |