Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva Junior, Ivam Freire da |
Orientador(a): |
Azevedo, Marina Sousa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Faculdade de Odontologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3609
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Resumo: |
Os maus-tratos na infância e na adolescência são considerados um problema de saúde pública, há relativamente poucos estudos na área de odontologia nesta temática. O objetivo do Artigo 1 foi revisar a literatura em relação às condições bucais entre crianças e adolescente vítimas de maus-tratos, uma busca nas bases de dados nacionais e internacionais foi realizada e mostrou que crianças com histórico de maus tratos podem apresentar pobre higiene bucal e baixa busca pelos serviços odontológicos e, consequentemente, altos índices de dentes cariados não tratados se comparados com crianças que viveram em contextos sem violência. O Artigo 2 teve como objetivo avaliar a higiene bucal e descrever a prevalência de cárie dentária e gengivite em crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos. Uma amostra de conveniência de crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos de idade foi selecionada do Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente (NACA), localizado em Pelotas-RS. Foi realizado exame clínico para o Índice de Higiene Oral Simplificado (IHOS), Índice de Dentes Cariados, Perdidos/extraídos e Obturados (CPO-D/ceo-d) e Índice de Sangramento Gengival (ISG). Ainda foram questionadas sobre ida ao dentista, dor dentária no último semestre e medo odontológico. Dados socioeconômicos, demográficos e do tipo de abuso foram coletados da ficha do núcleo. Foram examinados 106 indivíduos. A média CPO-D/ceo-d foi de 2,68 e o componente cariado correspondeu a 80% deste índice, 95% dos indivíduos tinham pelo menos uma superfície com placa dentária. Aproximadamente 90% da amostra apresentou pelo menos um ponto sangrante, 51,89% relatou ter tido dor dentária no último semestre e 60,38% reportou não ter ido ao dentista nos últimos 6 meses. O objetivo do Artigo 3 foi mensurar e comparar o impacto na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal (QVRSB) entre crianças vítimas de maus-tratos e aquelas que não vivenciaram tais experiências. A amostra de crianças do NACA compreendeu aquelas de 8 a 10 anos (n=48) e um grupo de escolares proveniente de um banco de dados realizado em 2010 foi utilizado como grupo comparativo (n=144). Para avaliar QVRSB foi utilizado o Child Perception Questionnaire 8-10 (CPQ8-10) para ambos os grupos. Estatística descritiva e regressão linear múltipla foram realizadas para avaliar a associação entre QVRSB e crianças vítimas de maus-tratos. Variáveis socioeconômicas, demográficas e clínicas foram usadas como variáveis de controle na análise. Observou-se que as crianças vítimas de maus-tratos apresentaram um maior impacto na QVRSB do que os escolares, e um maior impacto nas subescalas de sintomas orais e limitações funcionais. Conclui-se que a literatura aponta para uma pior condição de saúde bucal em crianças vítimas de maus-tratos do que aquelas sem essa experiência. A alta prevalência de doenças bucais entre as crianças do NACA, bem como maior impacto na QVRSB quando comparadas com escolares sem histórico de abuso, sugere que o cirurgião-dentista é importante no cuidado interdisciplinar de crianças vítimas de maus-tratos, ajudando-as a enfrentar os problemas de uma melhor maneira. |