Efeito neuroprotetor do ácido gálico em modelos experimentais de mania e neuroinflamação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Recart, Vânia Machado
Orientador(a): Spanevello, Roselia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10397
Resumo: O Transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença psiquiátrica crônica que apresenta episódios de depressão e mania. Alterações neuroquímicas, inflamatórias e de estresse oxidativo já foram relatadas em pacientes com esse distúrbio psiquiátrico bem como em modelos experimentais. O ácido gálico é um polifenol encontrado em vários produtos naturais e tem importantes propriedades farmacológicas tais como ações antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. O objetivo desta tese foi fazer uma revisão da literatura sobre os avanços do potencial terapêutico dos compostos naturais e derivados frente ao TAB, bem como avaliar o efeito neuroprotetor do ácido gálico em dois modelos experimentais que mimetizam mecanismos patológicos associados ao TAB. Para o protocolo de mania induzido por cetamina foram utilizados ratos machos adultos, os quais foram divididos em sete grupos: I (salina); II (ácido gálico 50 mg/kg), III (ácido gálico 100 mg/kg), IV (cetamina), V (cetamina + ácido gálico 50 mg/Kg) VI (cetamina + ácido gálico 100 mg/Kg) e VII (cetamina + lítio 45 mg/Kg). Durante 14 dias, os animais receberam solução salina, ácido gálico ou lítio via oral. Entre os dias 8 e 14 os animais receberam também cetamina (25 mg/kg) ou salina via intraperitoneal. Para o protocolo de neuroinflamação induzido por lipopolissacarídeo (LPS) foram utilizados camundongos machos os quais foram divididos em quatro grupos: I (salina); II (LPS), III (LPS + ácido gálico 50 mg/kg), IV (LPS + ácido gálico 100 mg/Kg). Os animais receberam durante 14 dias água ou ácido gálico via oral. Entre o 8o e o 14o dia os animais receberam também salina ou LPS (250 μg/kg, i.p.). Em ambos os protocolos, no final do tratamento foram realizados testes comportamentais para avaliar locomoção e memória e após os animais foram submetidos a eutanásia e o córtex cerebral, hipocampo e estriado foram coletados para as análises bioquímicas. Primeiramente o manuscrito de revisão demonstrou que tanto estudos pré-clínicos e clínicos confirmaram o potencial dos compostos como ômega-3, inositol, N- acetilcisteína, extratos de amora, mirtilo e Cecropia pachystachya, quercetina, ácido alfa-lipóico e carvona na prevenção e no manejo das fases do TAB. Além disso, os resultados desta tese demonstraram também que o ácido gálico foi capaz de prevenir a hiperlocomoção, o dano oxidativo e alterações na atividade da enzima acetilcolinesterase induzida pela cetamina nas estruturas cerebrais de ratos. O LPS induziu prejuízo na memória dos camundongos e causou dano oxidativo em córtex, hipocampo e estriado, o qual pode ser evidenciado pelo aumento de espécies reativas de oxigênio, peroxidação lipídica e nitritos, bem como diminuição das defesas antioxidantes. O tratamento com ácido gálico mostrou-se efetivo em reverter os déficits de memória e proteger as regiões cerebrais do estresse oxidativo induzido pelo LPS. Assim, os achados do presente trabalho demonstram que o ácido gálico, um produto natural, pode ser considerado uma terapia promissora para o TAB.