"Tudo que você toca, você Muda": a reprodução do cenário distópico do Capitaloceno e a construção de estratégias utópico-religiosas em A Parábola do Semeador e A Parábola dos Talentos, de Octavia Butler

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Luiza da Silva
Orientador(a): Marques, Eduardo Marks de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15514
Resumo: As obras de Octavia Butler nos convidam a transcender os medos e anseios contemporâneos que são projetados na obra para um futuro distópico e representam através do espaço psicológico, físico e social, como se reproduz a era do Capital. Os romances são apresentados em um futuro pessimista no qual os personagens precisam lutar para sobreviver criando estratégias para dar conta de uma era de instabilidade, escassez e devastação, onde o cenário é uma Califórnia de desigualdades sociais, um aquecimento global descontrolado e um Estado impotente liberal (ou religioso no caso de Talentos) tudo como resultado da exploração irresponsável de recursos naturais.As obras de Butler nos convidam a transcender os medos e anseios contemporâneos que são projetados na obra para um futuro distópico. .O foco da dissertação é tornar explícita a materialização do caos ecológico e social presentes nos romances de Butler. Partindo desse pressuposto, ao analisar a conjuntura capitalocênica apresentada no romance, que repensa a dinâmica de relações entre o ser humano e a natureza construindo uma prática de exploração ilimitada, é correto aferir que as distopias melhor apresentam sinais das consequências dos atos presentes e representam o futuro, porque estão conectadas diretamente com as ansiedades presentes das sociedades. Ao entendermos uma distopia como retrato de uma sociedade em ruínas, o Capitaloceno é distópico no sentido de que esses impactos ecológicos crescentes são causados pelo modo de produção capitalista que, atinge grupos sociais de maneira desigual. Temos por objetivo apresentar as análises que buscam observar como o conceito Capitaloceno se materializa nos espaços distópicos e analisar como a personagem do romance tenta criar estratégias para dar conta das explorações do sistema.