Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
D'Avila, Ana Paula Ferreira |
Orientador(a): |
Niz, Pedro Alcides Robertt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5152
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Resumo: |
Este estudo discute as transformações no mundo do trabalho, a partir do conceito de “novo espírito capitalismo” como a ideologia que justifica o engajamento no capitalismo. Revela aspectos de como se configura o novo espírito do capitalismo no Rio Grande do Sul, de acordo com o discurso difundido pelo pop management jornalístico. Enfatiza-se que o novo discurso gerencial é o portador desses valores e normas, que a partir da crise do ethos do trabalhador assume papel importante na difusão das crenças, funcionando como um sistema de teodiceia, conforme Weber. Desse modo, analisa-se as novas (re) configurações do trabalho a nível discursivo no Rio Grande do Sul. Para tanto, considera-se o contexto socioeconômico do Estado e do Brasil, por meio de uma reconstrução histórica. O objeto do presente estudo são os discursos gerenciais na imprensa de grande circulação, para tanto realiza-se uma revisão histórica a respeito do surgimento do jornalismo econômico que culmina evidenciando como que gradualmente o pop management se transformou no difusor dessa nova forma de ethos. A metodologia de pesquisa empregada é a análise de conteúdo, bem como se utiliza o programa de análise qualitativa, chamado Nvivo. Argumenta-se que o ethos do trabalhador fora substituído pelo ethos do empreendedor. O discurso gerencial pode ser considerado como um sistema simbólico, que fornece uma determinada representação do social a qual os indivíduos utilizam-se para orientar sua ação. Considera-se que o discurso gerencial ocupa o papel pedagógico, substituindo aquele ora desempenhado pela ética protestante. O discurso gerencial brasileiro a partir dos anos 90 vai se apropriando dos modelos e manuais estrangeiros de gestão, e na década de 2000 já vislumbra-se um modelo misto que se apropria, no caso sul-rio-grandense, da questão da esfera familiar e do trabalho. No entanto, é no decorrer da década de 2000 que os novos valores entram em cena com mais vigor, e a ética do provedor de família perde o seu papel central. Contudo, observa-se que ainda apoiam-se em “códigos familiares” que mobilizam as dimensões afetivas, e os sentimentos (COLBARI). Assim já nos anos 2000 observa-se um novo cenário em que a empresa repassa as exigências e o receituário afetivo, e familiar para o indivíduo. Entretanto, a mobilização de valores familiares e afetivos, serve a determinados fins, quais sejam para gerar relações travestidas de amizade, companheirismo e afeto. Constata-se uma fusão dos discursos entre noções que transitam no nível global do management e outras que remetem ao ethos do provedor familiar. Observa-se a influência da questão local nos discursos gerenciais, e porque os termos gestor e líder são tomados um pelo outro. De outro modo, constata-se que tais discursos se ajustam ao movimento global, onde hoje prevalece uma noção de empregabilidade associada antes a manter-se envolvido, mobilizando habilidades e apresentando um equilíbrio emocional antes que ao trabalho em si. Não se pode dizer que o ethos do provedor familiar se extinguiu, pois os valores que o pautavam ainda têm certa presença nos discursos gerenciais como, por exemplo, a importância da família e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Poder-se-ia falar em uma combinação entre o ethos do empreendedor e o ethos do provedor de família ou, dito de outro modo, uma ressignificação do ethos do provedor de família. |