Fatores multiníveis condicionantes da trajetória inovadora da produção vitivinícola na campanha gaúcha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Luciana Rochedo Spencer dos
Orientador(a): Dias, Marcelo Fernandes Pacheco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais
Departamento: Faculdade de Administração e Turismo
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3852
Resumo: O trabalho apresentado tem como objetivo analisar os fatores sociotécnicos que contribuem para a trajetória inovadora da produção vitivinícola na Campanha Gaúcha. Para tanto, utiliza-se como meio de análise o que nos estudos de inovação é nomeado de transição sociotécnica. Dentro dessa análise de transição utilizou-se a abordagem teórica Perspectiva Multinível (PMN) para se proceder com a compreensão da adoção da vitivinicultura, em uma região que tem recebido destaque pela produção de vitis viniferas que dão origem a vinhos finos. Após a apresentação do marco teórico são apontadas duas proposições, ambas relacionadas ao framework PMN, no intuito de somar esforços à teoria já existente em estudos de transição, auxiliando na sistematização de fatores contribuintes à adoção do regime sociotécnico e na compreensão destes na trajetória da produção vitivinícola da Campanha Gaúcha. Para atender os objetivos da pesquisa se procedeu com a coleta de dados em duas etapas, etapas A e B. Ambas realizadas a partir de entrevistas semiestruturadas com categorias pré-definidas. Na etapa A, são identificadas três fases da vitivinicultura na região, a primeira de 1887 a 1969, a segunda de 1970 a 1999 e a terceira de 2000 aos dias atuais. Estas correspondem respectivamente às fases de Experimentação, Estabilização e Resistência identificadas no referencial teórico. Já a finalidade da etapa B é de servir à identificação dos fatores sociotécnicos, suas combinações e como evoluem ao longo do tempo, contribuindo com a adoção da vitivinicultura na Campanha Gaúcha. Na etapa B é possível confirmar as proposições 1 e 2, assim como são destacados os fatores mais favoráveis e menos favoráveis à adoção da vitivinicultura na região. É destacada a análise e sistematização dos fatores multiníveis observados. Entre os fatores da vitivinicultura da Campanha Gaúcha identificados, dá-se destaque aos mais favoráveis à adoção: a característica empreendedora e de motivação, a capacidade de trabalharem em conjunto na identificação de oportunidades e ameaças, assim como o aproveitamento em conjunto de oportunidades e de reconfiguração. Os fatores menos favoráveis à adoção, são: a carga tributária alta sobre o vinho, que desfavorece o vinho fino nacional diante do vinho fino importado; a longa distância da Campanha Gaúcha dos centros maiores, que resulta em mais custos de produção; a ausência de uma cadeia produtiva mais completa para amenizar os custos; e o contrabando de vinhos.