Atividade da acetilcolinesterase em córtex cerebral e músculo gastrocnêmio como biomarcador do intervalo pós-morte: um estudo experimental em ratos Wistar machos e fêmeas de diferentes idades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Goularte, Kelen Cristiane Machado
Orientador(a): Spanevello, Roselia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11536
Resumo: O intervalo post-mortem (IPM) pode ser definido como o tempo decorrido entre a morte de um indivíduo até o momento em que o cadáver é encontrado. Os métodos certificados mais utilizados para estimar o IPM são baseados na observação de fenômenos cadavéricos que ocorrem imediatamente após a morte. Entretanto, essas metodologias possuem divergências nos seus resultados que podem chegar a oito horas de diferença, devido a interferências extrínsecas e intrínsecas. Desta forma, tem sido crescente a busca por marcadores bioquímicos que possam auxiliar de forma mais precisa na estimativa do IPM. Nesse sentido, a atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE), encontrada no cérebro e músculo, poderia ser estudada como um possivel marcador bioquímico de IPM. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade da enzima AChE no córtex cerebral e músculo gastrocnêmio de ratos fêmeas e machos de diferentes idades submetidos a protocolo experimental de IPM. Ratos Wistar foram divididos em fêmeas e machos (jovens, adultos, velhos) de acordo com as horas pós morte (hpm): Grupo I - 0hpm; Grupo II - 6hpm; Grupo III - 12hpm; Grupo IV- 24hpm; Grupo V- 48hpm. Os animais foram eutanasiados e mantidos em ambiente com temperatura controlada até acabar o tempo de pós morte estipulado para cada grupo. Após, foi realizada a coleta do córtex cerebral e músculo para dosagem da atividade da AChE. Os resultados demonstraram diferenças na atividade da AChE em relação ao IPM, sexo e idade. Nas fêmeas, a atividade enzimática no córtex cerebral, reduziu nas jovens a partir das 12 hpm e nas adultas a partir das 24 hpm. Por outro lado, nos machos, observou-se um declínio na atividade enzimática dos adultos e velhos das 6 às 48 hpm, quando comparado ao tempo 0 hpm. Já no músculo gastrocnêmio, as fêmeas apresentaram uma redução da atividade enzimática nas jovens após 24 hpm, porém, nos machos um declínio da atividade da AChE foi observado nos jovens a partir das 12 hpm. Não foram observadas diferenças no músculo em ambos os sexos adultos e velhos. Os resultados sugerem que a atividade da AChE pode ser um promissor marcador para estimativa do IPM, inclusive podendo fornecer informações sobre estágios de decomposição relacionados ao sexo e a idade. A metodologia de determinação desta enzima é rápida, de fácil manuseio e de baixo custo e poderia ser associada a outros métodos já existentes para a estimativa do IPM.