Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Anderson Luís Brum de |
Orientador(a): |
Marques, Eduardo Marks de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14404
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Resumo: |
No âmbito das discussões acerca da literatura negra, o afrofuturismo aparece como um movimento caracterizado pela centralidade colocada em obras escritas por autores negros sobre o futuro de pessoas negras. Cunhado por Mark Dery (1994), o movimento vem passando por um processo de expansão, à medida que se consolida academicamente. Sob essa perspectiva, o afrofuturismo se fundamenta por meio da premissa de um futuro tecnológico, permeado por críticas relacionadas ao presente, mas que dialogam com o passado. Nesse sentido, as interpretações relacionadas a um possível papel de “previsão” do afrofuturismo são importantes para as tentativas de se pensar um mundo em que pessoas negras possuem destaque. A partir de contextos distópicos e utópicos, pergunta-se quais são as possibilidades de futuro e investiga-se quais os caminhos para se imaginar um futuro que consiga ser pior do que as adversidades históricas vivenciadas pelas populações negras, como o colonialismo e o racismo. Carregado de críticas que atravessam o caos climático e sociopolítico, o afrofuturismo emerge como um movimento de reflexão sobre o ato de sonhar. Com isso em mente, este trabalho debate os conceitos que envolvem o movimento afrofuturista, assim, procurando refletir sobre concepções históricas e as sementes iniciais do movimento, como a Harlem Renaissance, até alcançar o panorama atual da literatura afrofuturista. Além disso, discutem-se questões relacionadas à ancestralidade, à utopia e ao gênero distópico. Nesse contexto, tem se como objetivo estabelecer uma comparação entre a duologia Semente da Terra, composta pelos livros A Parábola do Semeador (1993) e A Parábola dos Talentos (1998), escritos por Octavia Butler, e a trilogia Binti (2015, 2017 e 2018), escrita por Nnedi Okorafor. A partir dos entrelaçamentos que envolvem os romances, busca-se refletir sobre o protagonismo feminino presente em Lauren Oya Olamina e Binti Ekeopara Zuzu Dambu Kaipka Medusa Enyi Zinariya Novo Peixe de Namibe. Ademais, analisa-se como a religião Semente da Terra atua como um fio-condutor nas Parábolas, da mesma forma que a ancestralidade e a fantasia desempenham papel central na compreensão de Binti. Ambas as narrativas trazem personagens que rompem estereótipos e barreiras de identidade em situações diaspóricas, assim, discute-se a importância dos futuros imaginados proporcionados pelos sonhos afrofuturistas. |