Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Luana Talita da |
Orientador(a): |
Vasconcellos, Manoel Luís Cardoso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5072
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Resumo: |
Boécio foi uma reconhecida autoridade em lógica. A lógica medieval se desenvolveu, até o século XII, principalmente através de suas traduções e comentários. Dado seu contexto histórico e suas tendências neoplatônicas, acreditamos que os posicionamentos defendidos ou aceitos pelo autor em tais tratados não foram abandonados para a redação da Consolação da Filosofia. Parece ser o caso que Boécio não argumenta apenas para produzir conteúdo teórico, o que condiz com certa apreciação pela filosofia enquanto prática que aparece em seus escritos. Mais do que isso, em sua última obra, o filósofo não discute a lógica por si mesma, mas, sim, como ferramenta prática e cuja utilização é necessária para a contemplação da verdade. De fato, Boécio parece argumentar que sem o uso dela a própria contemplação da verdade seria possível apenas pelo acaso. O objetivo do presente trabalho é apontar que o último texto de Boécio parece apoiar-se em suas considerações lógicas e, assim, pressupor certa familiaridade com seus escritos anteriores, uma vez que o autor assume conhecimento do que ele entende por lógica. Na medida em que utiliza raciocínios tópicos para desenvolver sua argumentação e, considerando suas influências bem como o modo como tais influências alteram sua leitura aristotélica, argumentamos que, a fim de reconhecer a lógica presente na Consolação, é preciso considerar seus outros escritos. Argumentamos, também, que a lógica em sua última obra é apresentada em harmonia com questões morais, de modo que não deve ser isolada sob risco de que parte da argumentação seja ignorada. Acreditamos que o próprio autor não parece favorecer uma separação temática e, se esse fosse o caso, ao isolar a lógica em sua última obra, se estaria perdendo algo do conteúdo e profundidade do texto. Tendo estabelecido o propósito de discutir a relação de dependência entre lógica e filosofia prática que percebemos na Consolação da Filosofia, consideraremos exemplos específicos em tal obra, a fim de apontar como a aplicação das concepções e intepretações discutidas ao longo do presente trabalho poderiam ser encontradas no último e mais importante tratado de Boécio. Por meio de uma comparação de influências, procuraremos estabelecer o que o autor aceita como lógica e, a partir disso, esperamos tornar claro como a disciplina é utilizada na Consolação. |