Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Farret, Julian Ritzel |
Orientador(a): |
Strefling, Sérgio Ricardo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7549
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Resumo: |
Este trabalho se propõe a estudar o bem comum dos pontos de vista metafísico, psicológico e ético, segundo Santo Tomás de Aquino. O seu objetivo, assim, é encontrar, na obra do Aquinate, a definição de bem comum para, depois, verificar como essa noção se relaciona com as diferentes partes do seu pensamento. Para tanto, uma premissa se impõe: o bem comum é, antes, bem. E, por isso, em cada parte da pesquisa, convém examinar, antes, o bem e, depois, o bem comum, seu posterior lógico. Partindo dessa lógica, este estudo, em primeiro lugar, encontrou a definição tomista de bem – aquilo a que todas as coisas tendem –, e, em seguida, destacou que, em Deus, se identificam sua substância e o bem comum, adentrando, em seguida, na propriedade do bem de se comunicar e em sua característica de ser uma noção analógica, tendo Deus – o Sumo Bem e Bem Comum – por primeiro analogado. Ao abordar o bem e o bem comum do ponto de vista do homem, o estudo demonstra que o bem é objeto da inteligência (= intelecto prático) e da vontade (= apetite intelectual), mas sob dois diferentes aspectos: para a inteligência (= intelecto prático), o bem é objeto enquanto cognoscível, sob o aspecto de verdadeiro – sub ratione veri –; para a vontade (= apetite intelectual), o bem é objeto enquanto apetecível, amável – ut appetibile. A vontade, apesar do livre-arbítrio do homem, diante do Bem Comum, da Visão Beatífica, não pode não querê-Lo, ou seja, O quer necessariamente, pois Nele o bem está de forma perfeita e infinita, a saciar de modo necessário e absoluto o apetite. Do ponto de vista ético, o trabalho destaca que se deve falar do bem e do mal nas ações do mesmo modo como falamos do bem e do mal nas coisas, pois cada coisa age como é – cada coisa tem de bem quanto tem de ser. Em relação aos atos interiores da vontade, as ações humanas, possuindo bondade dependente, tiram a sua bondade do fim de que dependem. Em relação às consequências dos atos humanos, para Santo Tomás, o pecado é o ato contrário da retidão em uma dimensão moral, a qual é assegurada pelo ordenamento ao fim, em especial ao fim último verdadeiro, de acordo com a razão. O trabalho demonstra, assim, que a moralidade da vontade humana depende de sua conformação com a vontade divina – ou seja: sua ordenação ao bem comum. Além disso, que o bem comum, na medida em que constitui fim último do homem e ordena todos os seus atos voluntários, a modo de causa final, funciona como verdadeiro limite ao livre-arbítrio, explicando, então, as consequências dos atos humanos, especialmente seu mérito e seu demérito, considerado o prejuízo ou o benefício causado ao bem comum. Enfim, o estudo adentra nas premissas do pensamento político, compreendendo a ideia de ordem natural e de lei. |