Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Aires, Débora Medeiros da Rosa |
Orientador(a): |
Mozzillo, Isabella Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14365
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Resumo: |
Nas aulas de língua estrangeira (LE), estão em funcionamento e em contato diferentes sistemas linguísticos: a(s) língua(s) materna(s) dos estudantes e do professor (coincidentes ou não), a língua alvo da aprendizagem e todas as outras línguas que os participantes do processo conheçam (MOZZILLO, 2005). O papel a ser desempenhado pela língua materna (LM) é um dos fatores relevantes nesse contexto. A abordagem do uso ou não da LM nas aulas de LE é guiada por ideologias linguísticas, que podem ser entendidas como sistemas de ideias e crenças sobre as línguas associadas a dimensões sociais, culturais e políticas (DEL VALLE, 2007; WOOLARD, 2007). As ideologias linguísticas fundamentam-se e articulam-se através de ideologemas, que são postulados ou princípios subjacentes que funcionam como pressupostos que naturalizam e normalizam determinadas representações sociolinguísticas dentro dos sistemas ideológicos dos discursos (ANGENOT, 1982; ARNOUX; DEL VALLE, 2010). Este trabalho objetiva analisar ideologias linguísticas e ideologemas implicados na relação entre o par de línguas português e espanhol, a partir da visão de estudantes e de professores formadores do curso de Letras – Português e Espanhol de universidades públicas brasileiras do Rio Grande do Sul e de instituições uruguaias e argentinas que ofertam formação docente para atuação como professores de português. Realizou-se a geração de dados para a pesquisa a partir de questionários nos quais se solicitou que os participantes expressassem de que maneira percebem a relação e o contato entre as línguas em sua própria aprendizagem e nas aulas que ministram, se os professores formadores abordam esse tema e como o fazem. Fez-se uma análise qualitativa dos aspectos ideológicos que emergiram das manifestações dos professores e dos estudantes, à luz do conceito de ideologias linguísticas. Também foram propostos ideologemas nos quais as ideologias se apoiam e que demonstram os pressupostos das percepções, concepções e abordagens da relação entre LM e LE. As discussões dos resultados permitiram perceber a associação ideológica a diferentes visões. Por um lado, emergiram ideologias de reconhecimento das diversas funções que podem ser desempenhadas pela LM e de valorização da construção do bilinguismo através da inter-relação entre os conhecimentos linguísticos dos sujeitos. Por outro lado, destacaram-se ideologias que idealizam um ambiente monolíngue, no qual haja uma delimitação estrita das línguas e se empregue exclusivamente a LE, evitando possíveis interferências e mantendo a “pureza” do sistema da LE. Observou-se que ainda é recorrente na formação de professores e nas práticas docentes a mobilização de ideologias conflitantes frente à relação entre as línguas presentes no ambiente das aulas de LE, variando entre atitudes de mais aceitação ou de total proibição do uso da LM. Isso reforça a necessidade de reflexões explícitas sobre os fenômenos de contato como características inerentes ao ensino/aprendizagem de LE e que podem ser explorados de modo estratégico e raciocinado (MOORE, 2003). |