Entre a vida privada e a esfera pública: a trajetória de vida política de Alcaldesas do primeiro e segundo ciclo municipal do Uruguai (2010-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Landa, Marina dos Santos
Orientador(a): Schulz, Rosângela Marione
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9774
Resumo: A presente tese caracterizou-se como um estudo empírico abordando o tema mulher e política, inserindo-se no conjunto de estudos dedicados à análise sobre construção de carreiras políticas, buscando discorrer sobre as desigualdades enfrentadas por dezessete mulheres no desenrolar de suas trajetórias na política municipal do Uruguai. O objetivo geral do trabalho foi investigar quais as razões e os desafios que levaram as Alcaldesas a se envolver com a política, culminando em suas atuações nos conselhos municipais do Uruguai. Para resolver a proposta colocada pela tese, a investigação tratou de arquitetar a trajetória de vida política de dezessete Alcaldesas que assumiram mandatos nos dois primeiros ciclos municipais uruguaios (2010-2020). A trajetória de vida política compreende a associação de quatro dimensões: Esfera Pública, Vida Privada, Enquadramento Territorial e Perspectivas Políticas de Gênero. Dessa maneira, a investigação possui características que a aproximam dos estudos de gênero e da teoria política feminista, pois embasada nesses pressupostos, redimensionou a análise, extravasando as disputas travadas na arena política, buscando as respostas da construção da carreira política também na vida privada das entrevistadas. A metodologia para a obtenção dos resultados incluiu a operacionalização de dois trabalhos de campo no Uruguai (2014 e 2020), quando foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as Alcaldesas que aceitaram participar da investigação. Também foram incluídas, como fontes secundárias, os resultados eleitorais disponibilizados pela Corte Electoral Uruguaia, a consulta em sites oficiais municipais, a coleta dos dados censitários de 2011, o exame dos estudos sociodemográficos concedidos pelo Observatório Território Uruguay e a exploração de materiais digitais produzidos por jornais de circulação nacional e local disponibilizados na web. A partir da organização do material e da estruturação das dimensões que deram sentido as trajetórias de vida política, observou-se distintas razões para o ingresso dessas mulheres na política, o que é sustentado pelas diferentes realidades sociais, econômicas e territoriais de cada uma. Contudo, apesar de serem mulheres muito diferentes, no que tange aos desafios e adversidades, a partir dos relatos constatou-se uma homogeneização entre as percepções das uruguaias, cuja explicação está na desigualdade estrutural experienciada por homens e mulheres, na pretensiosa separação das esferas pública e privada e na divisão sexual do trabalho que define tradicionalmente papéis sociais para o gênero feminino e masculino.