Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Santos, Cristiane Silveira dos |
Orientador(a): |
Miranda, Ana Ruth Moresco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2949
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Resumo: |
Este estudo é resultado de uma investigação feita a partir da análise de produções escritas espontâneas, controladas e de entrevistas realizadas junto a dois grupos de alunos do ensino médio do IFSUL – Câmpus Pelotas Visconde da Graça (CaVG): Grupo Transversal e Grupo Longitudinal, com a finalidade de mapear, descrever e analisar os tipos de erros ortográficos produzidos. Os erros foram classificados em dois grandes grupos: motivados pela fonética/fonologia da língua ou motivados por dificuldades advindas do sistema ortográfico. Os resultados da análise dos dados produzidos pelo Grupo Transversal, composto por 273 alunos de primeiros, segundos e terceiros anos permitiu o mapeamento dos principais tipos de erros ortográficos produzidos e orientou as coletas posteriores realizadas junto ao Grupo Longitudinal, composto por 15 sujeitos acompanhados de 2011 a 2014 e divididos em três grupos, a saber,Grupo 1 (fortes), Grupo 2 (medianos) e Grupo 3 (fracos) em questões ortográficas. A hipótese inicial desta investigação foi a de que haveria relação entre o quantitativo de erros ortográficos encontrados e o formato do conhecimento ortográfico, segundo o Modelo deRedescrição Representacional (MRR) de Karmiloff-Smith (1986, 1994). Os resultados da investigação mostraram que os tipos de erros ortográficos encontrados nas coletas junto a ambos os grupos – Transversal e Longitudinal eram análogos Verificou-se, ainda, que os tipos de erros ortográficos mais recorrentes e numerosos nas produções textuais dos informantes de ambos os grupos pesquisados eram, em primeiro lugar, advindos das chamadas irregularidades do sistema ortográfico, em especial os casos de representação do fonema/s/ e do fonema/z/, seguidos dos erros ortográficos relacionados à motivação fonética da língua e dos erros ortográficos relacionados à segmentação não-convencional da escrita (hipo e hipersegmentação), sendo a hipossegmentação mais numerosa nos dados do que a hipersegmentação. Tais erros ortográficos correspondem a cerca de 75% dos dados totais desta pesquisa.Em relação aos níveis do MRR verificou-se que a hipótese levantada foi corroborada, uma vez que houve correspondência entre os três grupos (forte, medianos e fracos em questões ortográficas) e os níveis de representação do conhecimento ortográfico entre Explícito 2 (E2) e Explícito 3 Consciente Verbal (E3). Verificou-se que os informantes com menor quantidade de erros ortográficos (Grupo 1) apresentaram quase que a totalidade dos momentos da entrevista categorizados segundo o nível do MRR Explícito 3 Consciente Verbal (E3); já os informantes do Grupo 2 (medianos) embora apresentassem vários momentos da entrevista caracterizados como de E3 tiveram, na sua maioria, momentos da entrevista categorizados como de E2, ou seja, no nível do MRR caracterizado como sendo aquele em que já existe análise acerca do conhecimento, embora este ainda não possa ser verbalizado. Finalmente, os informantes do Grupo 3 (fracos) praticamente não apresentaram momentos categorizados como sendo de E3, tendo tido os momentos de sua entrevista quase todos categorizados como E2. Em relação às estratégias utilizadas pelos sujeitos para orientar suas escolhas ortográficas constatou-se que os informantes dos Grupos 1 e 2, respectivamente fortes e medianos em questões ortográficas, utilizaram estratégias tais como o acesso à memória visual ou seguiram procedimentos analógicos da língua para chegar à grafia correta das palavras. Já os informantes do Grupo 3 utilizaram esporadicamente a memória visual e os processos analógicos e, preferencialmente, utilizaram a fala como estratégia para orientar suas grafias. Observou-se, ainda, correlação positiva entre o nível E3 do MRR dos informantes com o uso de estratégias tais como ‘memória visual’ e ‘processos analógicos’ e o nível E2 do MRR dos informantes com o uso da estratégia ‘escrita apoiada na oralidade’. A conclusão deste estudo vai ao sentido de que se faz necessário, mesmo no ensino médio, lançar mão de estratégias capazes de desenvolver e consolidar o conhecimento ortográfico dos alunos. |