Discussão das possibilidades de Retrofit energético no Casarão 2 segundo os critérios da INI-C e da EnerPHit Standard.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carvalho, Amanda Rosa de
Orientador(a): Cunha, Eduardo Grala da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6661
Resumo: As edificações foram responsáveis por 50,5% do consumo total de energia elétrica no Brasil e a tendência é que esse consumo aumente no decorrer dos anos. Isso mostra a importância de investir em legislações e técnicas que visem à eficiência energética nas edificações. A realização do retrofit é complexa em muitos casos, principalmente nas edificações históricas, uma vez que as legislações de preservação do patrimônio histórico restringem as possibilidades de modificações na envoltória. Devido a essa dificuldade, o presente trabalho tem como objetivo analisar as possibilidades do retrofit energético em um edifício histórico com nível 1 de tombamento, sob a ótica do patrimônio histórico, eficiência energética e viabilidade econômica, no contexto climático do sul do Brasil (zona bioclimática 2). Essa pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso do Casarão 2, utilizando técnicas qualitativas e quantitativas para definição da qualidade do retrofit energético. Na parte quantitativa, foi utilizada a simulação computacional para averiguar a eficiência energética do modelo real e modificados, sob a ótica da INI-C e EnerPHit Standard. Nessa parte, também foi realizado orçamento e o payback simples de cada retrofit, para averiguar a viabilidade dos modelos. Na parte qualitativa, avaliou-se o impacto de cada modificação dos retrofits na envoltória do Casarão 2. O modelo real obteve 67% das horas ocupadas em conforto térmico para 80% de aceitabilidade do conforto adaptativo da ASHRAE 55 (2010). Mesmo utilizando estratégias passivas para otimizar a edificação, não foi possível atingir 90% de horas em conforto térmico, exigidas pela INI-C para a edificação totalmente ventilada naturalmente, sendo necessário implementar um sistema de climatização híbrida. Com esse sistema, o Casarão 2 passou a ter nível “B”. De todos os modelos, o Modelo 45 – PTHP e 5cm de lã-de-vidro – aproximou-se de ser viável numa edificação histórica. Esse modelo atingiu o nível A da INI-C, os critérios mínimos da EnerPHit Standard. Suas modificações não provocam impactos visuais na fachada da edificação e pode ser considerado economicamente viável, dependendo dos limites de vida útil adotados pela NBR 15575 (2013) para sistemas de condicionamento de ar. Os resultados dessa pesquisa mostraram a complexa relação entre melhorar a eficiência energética de uma edificação histórica e manter suas características de relevância histórica. Todo retrofit alterou em algum nível a envoltória da edificação histórica. O importante nas edificações tombadas no nível 1 é essa alteração não causar impactos visuais ou causar perda de material histórico na envoltória. Apesar de ser difícil que o retrofit em uma edificação histórica encontre um equilíbrio entre eficiência energética, preservação do patrimônio histórico e viabilidade econômico, isso não é impossível. O Modelo 45 mostrou essa possibilidade, sendo necessários mais estudos sobre esse tema para se chegar a um veredito mais sólido.