Rituais, trajetórias religiosas e homossexualidade na cidade de Pelotas-RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carmo, Arielson Teixeira do
Orientador(a): Soto, William Héctor Gómez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5396
Resumo: Essa dissertação tem a pretensão de trazer discussões acerca da relação entre religião e homossexualidade, com enfoque para as recentes igrejas inclusivas – também conhecidas no senso comum como igrejas gays. As recentes igrejas inclusivas têm como principal objetivo atender às demandas religiosas de um público específico – o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) cristão. Nesta acepção, minhas investigações se concentraram em um grupo religioso vinculado a uma destas denominações “inclusivas” – conhecida como Comunidade Cristã Nova Esperança Internacional (CCNEI) – especificamente em uma célula religiosa vinculada a CCNEI na Cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Este grupo religioso atua em Pelotas desde o ano de 2015 e faz parte de um empreendimento missionário da Igreja Comunidade Cristã Nova Esperança Internacional com sede mundial no Estado de São Paulo, que visa expansão e proliferação da proposta de uma teologia “inclusiva” pelos Estados brasileiros. Dessa maneira, o objetivo geral dessa pesquisa é compreender se os rituais pentecostais (louvor, orações em línguas, óleo ungido, culto da fogueira e santa ceia) realizados na CCNEI de Pelotas permitem que homossexuais sejam reintegrados ao sagrado evangélico. Além disso, analiso as trajetórias religiosas dos frequentadores e como estas estiveram marcadas por proibições, afastamentos e conflitos com lideranças religiosas que eram avessas às relações entre pessoas do mesmo sexo. Os rituais, alguns deles, aconteciam com regularidade e eram importantes para interação e momento de socialização do grupo com familiares e amigos. As simbologias e seus significados também eram responsáveis por engendrar suas ações, não somente no momento do ritual, mas também nas suas vidas cotidianas atuando como superação de conflitos e aflições. Para alguns frequentadores, o poder do ritual representava para o grupo aquilo que eles acreditavam, produzindo significações que conduziam suas vidas, suas relações sociais, pessoais e emocionais; já para outros, apesar de essas práticas ritualísticas em algum momento funcionarem como uma reintegração ou regresso ao mundo do sagrado – concebo como reintegração temporária, flutuante em trânsito – elas não eram suficientes para manter um sentimento ou vínculo duradouro de pertencimento ao grupo. A pesquisa de cunho etnográfico realizada com grupo em Pelotas teve seu início no ano de 2017 e sua finalização no ano de 2018 no qual acompanhei e observei sistematicamente os cultos e eventos promovidos pela célula religiosa, trabalho etnográfico que busquei aliar outras técnicas de pesquisa, como observação participante e entrevistas.