Mudança na força muscular de idosos não institucionalizados do sul do Brasil em um período de até seis anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Hobus, Regina
Orientador(a): Bielemann, Renata Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13839
Resumo: A perda de força muscular ou dinapenia tem diversas consequências negativas para a saúde do idoso, bem como piora na qualidade de vida. A força muscular não só é um importante componente da saúde e performance física, como também é fundamental para a realização das atividades da vida diária, considerada como um indicador de saúde geral. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mudança na força muscular de idosos não institucionalizados residentes na cidade de Pelotas/RS em um período de até seis anos, bem como avaliar a mudança na ocorrência de dinapenia entre os participantes e, identificar potenciais fatores associados. Trata-se de um estudo observacional, com delineamento longitudinal, realizado no sul do Brasil, com participantes do estudo “COMO VAI?” – Consórcio de Mestrado Orientado para Valorização da Atenção ao Idoso. Foram utilizados dados coletados na linha de base em 2014 e no acompanhamento de 2019/20. A força muscular foi avaliada em ambas as visitas utilizando o dinamômetro manual digital Jamar®. Foram realizadas seis medições alternadas, três em cada mão, sendo utilizada a maior medida de força de preensão manual. A dinapenia foi avaliada conforme os pontos de corte de <29,7 kg para homens e <16,2 kg para mulheres, considerando os valores abaixo de -2,5 desvios-padrão da média da população jovem local, conforme recomendação do segundo consenso do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2). Foram realizadas análises descritivas da amostra e, para avaliar a mudança entre os períodos e os fatores associados à mudança da força muscular, foram utilizados modelos lineares e logísticos mistos e ajustados, levando em consideração a repetição de medidas de desfecho. Um total de 483 idosos completaram os testes de força de preensão palmar em ambas as visitas. Nos homens, a força muscular diminuiu de 38,2 kg em 2014 para 35,9 kg em 2019-20, enquanto nas mulheres diminuiu de 23,5 kg para 22,1 kg. A idade avançada (p=0,003), a cor da pele preta, parda ou amarela (p=0,005), o nível socioeconômico intermediário (p=0,021) e a escolaridade <8 anos (p<0,001) estiveram associados a maiores diminuições da força muscular. A prevalência de dinapenia aumentou de 17,8% em 2014 para 24,0% em 2019-20 nos homens e de 11,3% para 17,5% nas mulheres. As mudanças na dinapenia não diferiram entre os subgrupos das variáveis estudadas. Como esperado, nosso estudo mostrou declínio da força muscular e aumento da prevalência de dinapenia em um período de até seis anos. Nossos achados sugerem que a variação da força muscular ao longo do tempo esteve fortemente associada a fatores socioeconômicos e demográficos. Tais dados serão úteis no desenvolvimento de políticas públicas e programas de saúde que visem à manutenção da força muscular nessa fase da vida. Neste volume de dissertação consta o projeto de pesquisa, seguido do relatório do trabalho de campo, as modificações realizadas no projeto de pesquisa, o artigo original e as normas da revista The Journals of Gerontology: Series A - Oxford Academic, para qual o artigo será submetido.