Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lara, Kelli Silva de |
Orientador(a): |
Mata, Mauricio Magalhães |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Meteorologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13465
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Resumo: |
O Jato de Baixos Níveis (JBN) a leste dos Andes exerce um papel importante nos transportes de calor e umidade das latitudes baixas para os subtrópicos, favorecendo a atividade convectiva na Bacia do Prata. A variabilidade da extensão de gelo marinho (GM) antártico modula diversos processos de interação oceano-atmosfera, influenciando os sistemas atmosféricos e, consequentemente, a precipitação na América do Sul (AS). Nos últimos anos, tem sido observado recordes de mínimas na extensão de GM antártico desde que os registros iniciaram em 1978. Nesse sentido, esta pesquisa busca investigar a relação entre a variabilidade de extensão de GM antártico e as ocorrências de JBN na AS, durante o período de 1979 a 2017. Também foram investigadas possíveis influências de modos de variabilidade climática como o El Niño-Oscilação Sul (ENSO), Modo Anular do Sul (SAM), Oscilação Decadal do Pacífico (PDO) e Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO) nessas séries. Os dados de vento utilizados foram obtidos da reanálise atmosférica do European Centre for Medium-Range Weather Forecasts (ECMWF), o ERA-5, os dados de extensão de GM da National Snow and Ice Data Center (NSIDC) e os índices climáticos da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). Inicialmente, foi construído um índice de JBN com base na região de ocorrência de máximos de magnitude dos ventos na baixa troposfera (850 hPa). Através desses dados foi observado que os JBN ocorrem ao longo do ano, são preferencialmente noturnos (ocorrendo entre as 03 e 12 UTC) e são mais frequentes durante o trimestre de junho-julho-agosto. Em relação a variabilidade interanual da extensão de GM antártico e o índice de JBN na AS foi observado que a maior correlação é observada durante os extremos de expansão e retração de GM durante o verão e inverno austral. As maiores correlações são encontradas no Mar de Ross, Oceano Pacífico e Extensão Total de GM durante o verão, enquanto que no inverno é observada uma correlação mais fraca com o Oceano Índico e o Mar de Ross. É possível que a extensão de GM também influencie a magnitude dos ventos em períodos maiores que 5 anos, o que poderia ser amplificado por modos de variabilidade climática. Além disso, a variabilidade da extensão de GM não impacta diretamente na frequência de JBN na AS. Também foi observado uma correlação moderada entre o índice de JBN e o ENSO, porém para os outros padrões climáticos as correlações foram mais fracas. Por fim, foi avaliado como se comporta a variabilidade da extensão de GM quando os efeitos de padrões climáticos (ENSO, SAM, AMO e PDO) estão ausentes. Nesse caso, foi observado uma correlação fraca somente nos Mares de Bellingshausen-Amundsen e Mar de Weddell durante o verão, enquanto que no inverno os coeficientes encontrados foram insignificantes. Esses resultados revelam um potencial mecanismo de teleconexão entre a variabilidade de GM antártico na magnitude dos ventos dos JBN na AS. |