Jogos de linguagem produzidos por mulheres na ocupação do Quadrado e seus movimentos de contraconduta.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fonseca, Letiane Oliveira da
Orientador(a): Fonseca, Márcia Souza da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática
Departamento: Instituto de Física e Matemática
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6569
Resumo: A pesquisa vinculada à Linha de Pesquisa História, Currículo e Cultura, do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas (PPGEMAT/UFPel), teve como objetivo identificar e analisar os jogos de linguagem produzidos por um grupo de mulheres do Quadrado, quando narram as suas vivências durante a ocupação em uma perspectiva etnomatemática. Os aportes teóricos utilizam teorizações pós-estruturalistas, tendo como referência estudos na perspectiva etnomatemática de Knijnik, Wanderer, Giongo e Duarte (2013), nos jogos de linguagem do filósofo Wittgenstein (2000), em sua fase de maturidade, e no conceito de contraconduta de Michel Foucault (2008). A investigação foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa de caráter exploratório e, para a coleta de dados, foi utilizada inspiração etnográfica com instrumentos de observação participante, diário de campo e fotografias. Para compor a produção dos dados, utilizou-se entrevistas narrativas, quando quatro moradoras, de gerações diferentes, relatam as suas vivências sobre a ocupação de uma comunidade conhecida como Quadrado, localizada no bairro Porto da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. O material coletado foi analisado de forma descritiva-analítica, conforme as ideias de Paraíso (2012), considerando, como ferramentas analíticas, a noção de contraconduta de Foucault (2008) e de jogos de linguagem, usos, semelhanças de família e formas de vida de Wittgenstein (2000). As análises realizadas apontam que os jogos de linguagem do grupo de mulheres são provenientes de práticas por elas vivenciadas, à medida que foram estabelecendo suas moradias mediante lutas, resistências e movimentos de contraconduta. Contavam, mediam, delineavam seu espaço, construíam formas, não utilizando exatidões, organizavam-se governando a si mesmas, evidenciando, em suas narrativas, a existência de outras formas de mensurar, associar, classificar, indicar tempo, presentes em cada etapa de construção e moradia no Quadrado.