A Praça Tamandaré é um território negro: por uma arqueologia de manifestos antirracistas em Rio Grande/RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Yasmin Acosta da
Orientador(a): Alfonso, Louise Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8469
Resumo: Considerando que a Praça Tamandaré, localizada em Rio Grande/RS, é reconhecida como um território negro pela pesquisa arqueológica e pela própria comunidade negra e que a mesma passou por processos de higienização no passado e por processos de gentrificação no presente, este estudo arqueológico teve por objetivo construir manifestos que resistam contra as invisibilizações de materialidades e pessoas subalternizadas da Praça ao longo do tempo. Com os objetivos de ir na contramão da narrativa oficial sobre o passado rio-grandino, de evidenciar a Praça Tamandaré enquanto um território negro para a comunidade e de auxiliar na luta antirracista, pelo direito à cidade, ao trabalho e à memória das pessoas que sofrem processos de exclusão naquele espaço. Para isso, foram desenvolvidos e veiculados nas plataformas digitais três manifestos que dialogaram com a comunidade sobre a presença negra na antiga Geribanda: um vídeo, um post carrossel para as redes socias e uma exposição virtual. Todos os manifestos lidaram com as injustiças do passado, que ocasionaram o apagamento da memória e da trajetória de pessoas negras, contando, a partir da materialidade, as vivências, os patrimônios e a ancestralidade que os documentos escritos e a história oficial insistem em esconder. Não se detendo somente ao passado, os manifestos e este estudo também se pautaram nas injustiças que permanecem no contemporâneo. Isso se possibilitou a partir de uma Arqueologia social, política, antirracista, decolonial e que desconsidera o tempo linear. Compreendo que os manifestos enfocados pelo mundo material e pensados a partir de um viés antirracista, são ferramentas que podem legitimar narrativas de luta pelo direito à cidade, à memória e ao trabalho de grupos que sofrem processos de exclusão a partir de políticas públicas.