Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Sabrina Hax Duro |
Orientador(a): |
Leffa, Vilson José |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Centro de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6417
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Resumo: |
A Lei de Reserva de Vagas ou Lei de Cotas (Lei 12.711) propicia alunos a ingressarem no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) por meio das cotas raciais e esses são, muitas vezes, marginalizados por terem acesso à escolarização dessa forma. Devido a sofrerem esse preconceito por parte dos colegas, comunidade e inclusive professores, podem vir a ter problemas para acompanharem a turma, seja por lacunas da escolarização anterior ou por não se imporem para ocupar um espaço que é seu por direito. A cultura de que não se aprende inglês nas escolas públicas (MOITA LOPES, 1996; LEFFA, 1999; LIMA, 2001), aliada ao preconceito que ainda sofrem os jovens estudantes negros, faz com que permaneçam ainda mais à margem do mundo globalizado. Pressuponho que a inserção desses estudantes possa ocorrer por meio do aprendizado da Língua Inglesa (LI) se esta for trabalhada sob a perspectiva do desenvolvimento da Competência Simbólica (CS) (KRAMSCH, 2010), permitindo que expressem sua subjetividade, tragam à tona sua historicidade, atuem em diferentes realidades e reconstruam seus pensamentos e ações, considerando também os pensamentos e ações dos outros. Portanto, o objetivo deste estudo é analisar se as aulas de LI ministradas sob a perspectiva do desenvolvimento da CS colaboram para um empoderamento de estudantes cotistas negros. Poder, este, que surge numa negociação de valores simbólicos comunicacionais com os que convivem na comunidade interna da Instituição (gestores, docentes, técnicos-administrativos e discentes), sendo a maioria brancos. Por isso, também é importante verificar o impacto sociocultural da Lei 12.711 na comunidade interna do IFRS Campus Rio Grande e compreender como os alunos cotistas negros enfrentam as situações adversas e qual o impacto que elas têm em suas vidas, permitindo identificar o seu nível de resiliência ao frequentarem a Instituição. Para alcançar esses objetivos, considerei algumas temáticas essenciais de serem compreendidas para o desenvolvimento desta tese e se encontram no Referencial Teórico, organizado da seguinte forma: 1) A globalização como forma de exclusão; 2) Racismo e racismo à brasileira; 3) A Lei 12.711 ou Lei de Reserva de Vagas; 4) O ambiente escolar e o estudante negro; 5) O aluno cotista negro e sua Resiliência; e 6) A competência Simbólica no ensino de LI e empoderamento. A Metodologia de pesquisa utilizada foi qualitativa de cunho etnográfico, pois analiso o comportamento de um grupo social específico – os estudantes cotistas negros, buscando compreender o fenômeno sociocultural de empoderamento desse grupo nas aulas de LI. Para a coleta de dados utilizei os seguintes instrumentos: 1) Documentos da Coordenação Pedagógica; 2) Questionário para a comunidade interna; 3) Elaboração de práticas pedagógicas e observação das aulas de LI; 4) Quest_Resiliência – um instrumento que permite mapear qual é a condição de resiliência em que cada um desses estudantes se encontra e evidencia quais os pontos e áreas devem ser desenvolvidos (SOBRARE, 2017); 5) Entrevista oral com a professora de LI titular da turma e com os seis alunos cotistas negros. Os resultados sugerem que: 1) O ambiente escolar não estava favorável a alunos cotistas raciais; 2) Alguns alunos cotistas raciais passaram por um processo de embranquecimento identitário para fazer parte da escola branca; 3) As aulas de LI ministradas sob a perspectiva do desenvolvimento da competência simbólica despertaram os estudantes para uma conscientização do preconceito racial que sofrem de maneira camuflada. Portanto, há possibilidades de empoderamento dos estudantes cotistas negros por meio das aulas de LI em questão se a professora titular continuar com a abordagem da CS, permitindo-lhes desenvolver um sentimento de pertencimento, sem o apagamento de suas identidades. |