Ozonização aplicada ao tratamento de diclofenaco e avaliação toxicológica utilizando bioensaios vegetais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Holanda, Jéssica da Rocha Alencar Bezerra de
Orientador(a): Quadro, Maurizio Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/9806
Resumo: Apesar de terem representado a melhoria na qualidade de vida e longevidade da população, o aumento do consumo e da produção de fármacos conduziu à presença desses compostos nas diversas matrizes ambientais. O descarte incorreto de medicamentos e sua baixa metabolização somados à ineficiência dos tratamentos convencionais para sua remoção contribuem para que estes compostos assumam o comportamento de pseudo-persistência no ambiente. Tratado como uma substância prioritária em ações de monitoramento da União Europeia, o diclofenaco possui comprovada toxicidade para espécies terrestres e aquáticas. Logo, o seu tratamento representa a proteção da saúde ecossistêmica e humana. A ozonização é o processo de tratamento mais bem estudado e frequentemente adotado para o tratamento de fármacos. Entretanto, tão importante quanto remover a poluição gerada por fármacos é evitar a geração de poluição secundária através de compostos formados após o tratamento, sendo também de grande relevância monitorar a eficácia dos tratamentos através de testes de toxicidade. Bioensaios vegetais são boas alternativas para avaliar os efeitos in vivo dos agentes tóxicos, sendo os bioindicadores Allium cepa e Lactuca sativa, espécies validadas internacionalmente para testes de toxicidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a remoção de diclofenaco em um efluente sintético pós-ozonização, levando em consideração os efeitos fitotóxicos, genotóxicos, citotóxicos e mutagênicos produzidos pelo efluente antes e após ser submetido ao tratamento sobre os organismos bioindicadores Allium cepa e Lactuca sativa. Foi produzido um efluente sintético contendo diclofenaco a 25 mg/L, submetido ao tratamento de diferentes doses de Ozônio (O3): 0; 29,4; 58,9; 88,2; 176,4 e 352,8 mg O3/L. A eficiência de remoção do diclofenaco alcançou 91,68%. Entretanto, como a dose utilizada neste estudo foi muito superior as doses ambientalmente relevantes, considera-se bem sucedida a remoção do referido composto através da metodologia utilizada. O índice mitótico (IM%) e o índice de citocinese (IC%) apresentaram-se enquanto parâmetros sensíveis ao propósito deste estudo, e parecem estar relacionados com a remoção de diclofenaco e dos possíveis produtos gerados durante sua ozonólise. O uso destes parâmetros em estudos semelhantes representa uma alternativa de monitoramento da poluição ambiental ocasionada por contaminantes emergentes antes e após serem submetidos a sistemas de tratamento, como o diclofenaco. A ozonização conduziu comprovadamente a redução da toxicidade do efluente em Allium cepa, considerando a presença de micronúcleos e alterações cromossômicas, embora as frequências de alterações cromossômicas (AC%) e efeitos mutagênicos (MUT%) tenham sido muito baixas. Não foram observados efeitos fitotóxicos em Allium cepa e Lactuca sativa. O tratamento com ozonização aplicado ao fármaco em estudo representou proteção ecossistêmica e humana.